Nos últimos anos, a capital maranhense – infelizmente – vem registrando (com frequência), casos de violência atrelados a interesses das chamadas facções criminosas. Ontem à noite (21), houve mais um registro deste domínio que, apesar das declarações das autoridades do Estado, jamais deixou de existir, como na fuga do ano passado ou na de 2014 (relembre aqui).
Em uma ação audaciosa e extremamente violenta, presos promoveram uma verdadeira guerra no Centro de Detenção Provisória (CDP), que faz parte do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A unidade prisional, antes considerada (pelo Governo, é bom que se diga) referência no aspecto da segurança, teve a sua inviolabilidade posta em xeque, mesmo que o Governo hoje diga que não se tratou de um motim, e sim, de “apenas uma tentativa de fuga rapidamente controlada”, como sinaliza que vai fazer.
Certamente, a autoria de um ato como este de ontem não é de um indivíduo ou grupo amador. As facções não estão presente apenas nos inúmeros e já corriqueiros roubos e/ou furtos, mas nas execuções a sangue frio que, diariamente, são registradas na cidade. Seja atreladas ao tráfico de drogas ou mesmo à mera demonstração de força, o certo é que as facções estão aí e as autoridades, pelo jeito, não sabem como combatê-las. São várias siglas, PCM, PCC, CV… e nenhuma ação efetiva para dizimá-las.
Como se não bastasse a falta de entendimento das autoridades de segurança pública do problema, eis que o governador Flávio Dino, quando normalmente cita Pedrinhas, exalta uma unidade “repleta de paz e permeada de ações de ressocialização”. Se há medidas neste sentido, parecem não fazer efeito e, em vez de evidenciar a problemática, Dino e seus aliados apenas definem uma Pedrinhas que não existe.
Em artigo publicado pelo site do Governo do Estado e escrito em janeiro deste ano, Dino chega a afirmar que – depois de dois anos – o passado (neste caso o controle das facções nas unidades) foi “deixado para trás”. Ele vai mais além e informa à população que Pedrinhas “não tem mais a imagem de um presídio dominado pela barbárie”.
Pelo jeito, neste assunto, Dino terá que se retratar. E, claro, resolver efetivamente o problema.
Leia o artigo escrito por Dino em janeiro deste ano “exaltando” Pedrinhas