A lua de mel acabou?

O vereador Roberto Rocha Júnior (PSB), filho do vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB), reafirmou ontem (9) o que já havia dito sobre o “fim da lua de mel” com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC).

Na semana passada, em audiência na Câmara Municipal na qual se debateu a situação de feiras e mercados da capital, o socialista disse que “a lua de mel acabou, é hora de trabalhar!”.

Em entrevista a O Estado, Rocha Júnior disse discordar do argumento de que ainda não houve tempo para medidas efetivas pela Prefeitura de São Luís.

“Quando eu disse que a lua de mel teria acabado, me referia a precária situação das feiras e mercados de São Luís. Nós precisamos executar ações que garantam medidas preventivas e não àquelas que apenas remediam. Os mercados estão caindo e a gente não pode ficar apenas no discurso de que não há recurso, até porque daqui a pouco pode morrer alguém, pode haver um problema bem maior. Tem de haver ação efetiva”, afirmou.

Rocha disse que, em 100 dias, a atual gestão já poderia ter feito mais. “Eu acredito que a lua de mel acabou, pois o prefeito já teve tempo hábil o suficiente para tomar atitudes. Foi inclusive nesse sentido que eu utilizei essa frase [na semana passada]”, completou.

O líder da oposição na Câmara Municipal de São Luís, vereador Fábio Câmara (PMDB), afirmou ontem (3), durante  audiência pública para debater a situação das feiras e dos mercados da capital maranhense, que deve propor na próxima semana a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o “Programa Bom Peixe” e as reais causas de sua suspensão.

“Precisamos apurar a gravidade das denúncias”, disse.

A decisão foi tomada depois de o parlamentar não sentir segurança nas respostas do secretário de Agricultura, Pesca e Abastecimento, Marcelo Coelho (PSB), sobre a paralisação do programa e sobre o que a Prefeitura de São Luís considera “vícios”.

Câmara pediu, por exemplo, que o socialista explicasse quem autorizou a divulgação da nota oficial emitida pela Semapa, que jogou no PDT a responsabilidade pelo fim do programa “Bom Peixe”.

“Senhor secretário, antes de Vossa Senhoria publicar a nota, através da qual afirma existirem ‘vícios’ no Programa ‘Bom Peixe’, o prefeito, o vice-prefeito e o secretário de Comunicação tomaram conhecimento do teor da nota? O secretário de Articulação Política sabia do teor gravíssimo do que o comunicado denunciaria contra aliados?”, questionou Câmara.

O peemedebista afirmou que pretende descobrir qual foi o paradeiro do dinheiro que seria usado para custear o programa. “Vossa Senhoria faz uma acusação gravíssima quando aponta a existência de ‘vícios’ na execução do programa Bom Peixe. Até onde a sua apuração alcança, de quanto, em moeda corrente, se está falando?”, declarou.

Câmara também solicitou de Marcelo Coelho a revelação dos nomes que supostamente foram culpadas pelos desvios e quem são os reais beneficiados. “Esta Casa precisa saber quais as pessoas que Vossa Senhoria aponta como sendo as culpadas pelos desvios e quem são os reais beneficiados?”, cobrou.

______________________Leia mais

Weverton:  é “sacanagem” responsabilizar PDT por “vícios” no “Bom Peixe”

Ainda o “Bom Peixe”: onde fica Eliana Bezerra nessa história?

Fim do “Bom Peixe” abre crise no PDT

Até o fim do “Bom Peixe” é culpa de Castelo?

O vereador Fábio Câmara (PMDB) passou por um constrangimento daqueles na tarde desta terça-feira (2), ao tentar uma ligação telefônica para o vereador Ivaldo Rodrigues (PDT).

Quando o telefone tocou, quem atendeu do outro lado não foi o pedetista, mas o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC). Câmara achou que o colega de parlamento estava de brincadeira e o chamou de Edi-H.

“Pára com isso. Tu agora queres ser Edi-H? Então tá bom. Fala aí, Edi-H, e nossa reunião?”, disse.

Edivaldo percebeu que o vereador não havia se dado conta de que era mesmo o prefeito do outro lado da linha e contemporizou. “Vereador, porque Vossa Excelência me ataca? Eu sou seu amigo”, disse.

Foi quando Fábio Câmara percebeu que falava mesmo com a autoridade máxima do município e mudou o tom, pedindo desculpas em seguida, mas já todo sem jeito.

Em tempo: Edi-H é uma corruptela depreciativa do nome Edivaldo Holanda, criada pelo peemedebista para ser usada em seus discursos na Câmara Municipal. Ele diz  que não é uma forma de atacar o prefeito, mas uma a abreviação do nome, que seria Edivaldo de Holanda.

Em tempo II: Rodrigues estava no  gabinete do prefeito quando aconteceu o telefonema. Ele levou o também o ex-secretário Julio França (PDT) para uma audiência com Edivaldo. Na pauta, os “vícios” do “Bom Peixe” e as acusações do titular da Semapa, Marcelo Coelho (PSB), que pesam contra o pedetista.