Reunião entre SET e rodoviários pode definir greve

Uma reunião entre o Sindicato das Empresas de Transportes de São Luís (SET) e os líderes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (STTRMA) pode definir o fim da greve da categoria ainda nesta segunda-feira (23).

Desde a 0h a paralisação dos ônibus na capital chega a quase 100% da frota.

A reunião desta tarde acontece às 16h, na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que que vai intermediar as negociações com vistas ao fim da greve.

Reivindicações

Os trabalhadores pedem cerca de 16% de aumento, mais outras vantagens no plano de saúde e odontoglógico. Os empresários oferecem 2% de reajuste salarial.

Rodoviários não respeitam determinação da Justiça; greve tem quase 100% de adesão

É de praticamente 100% a adesão dos rodoviários ao movimento grevista que se iniciou nesta segunda-feira (23), em São Luís.

Semana passada, em decisão liminar, o Tribunal Regional do Trabalho determinou que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (STTRMA) mantivesse, no mínimo, 80% da frota de ônibus circulando.

Mas a decisão não está sendo cumprida. O resultado são paradas lotadas e muitos transtornos aos trabalhadores, que têm enorme dificuldade para chegar ao serviço.

Segundo a decisão do desembargador José Evandro de Souza, o descumprimento da determinação implicará multa de R$ 50 mil por dia.

Greve justa

Como já defendi antes, apesar dos transtornos, a greve é justa.

Só para relembrar, apesar do discurso do SET de que um aumento na casa dos 10% é inviável (eles oferecem míseros 2% aos rodoviários), o que se vê na realidade é um mercado efervescente, com aquisições de empresas umas pelas outras e abertura de novas linhas.

Além disso, os números não mentem: em 2004, a frota do transporte público de São Luís contava com 750 ônibus para atender a uma demanda de aproximadamente 11 milhões de usuários/mês.

Hoje, sete anos depois, são cerca de 19 milhões de passageiros/mês (quase 80% de aumento na demanda) para uma frota de apenas 950 ônibus (aumento de menos de 30%).

Representantes do SET e do STTRMA articulam, neste momento, uma reunião para a tarde desta segunda. O objetivo é entrar em acordo o quanto antes.

“Corredor Urbano”: a história que Castelo não conta

Castelo: "Corredor" mais longe do que parece

Houve uma conversa de gabinete em Brasília que pode definir o futuro do “Corredor Urbano” da Prefeitura de São Luís e que o prefeito João Castelo (PSDB) tem feito questão de esconder.

O diálogo ocorreu na diretoria de Mobilidade Urbana, do Ministério dos Transportes, e dela participaram a diretora do Ministério, o próprio prefeito e vários assessores.

Na ocasião, Castelo apresentou o projeto de construção do “Corredor” – anunciado na imprensa o último fim de semana. Depende desse projeto a viabilização de pelo menos metade dos mais de R$ 800 milhões necessários para a construção da obra.

Após a pomposa apresentação, o próprio prefeito se empolgou e questionou da diretora se aquilo o credenciava a estar na frente da disputa pelos recursos federais – para quem não sabe, o projeto disputa com vários outros o financiamento federal dentro do PAC Mobilidade Urbana.

A resposta da diretora foi seca: “Prefeito, o projeto é muito bom, mas, agora, vem a parte política”.

Quem presenciou a cena diz que João Castelo fechou a cara no mesmo instante.

Isso porque a “parte política” não lhe é nada favorável. Castelo é do PSDB, a presidenta Dilma, do PT. Além disso, no Maranhão, quem apoiou a eleição da petista foi a governadora Roseana Sarney (PMDB). Trocando em miúdos: é muito difícil que um projeto de um tucano seja agraciado antes de um projeto de um aliado.

Mas essa história Castelo não conta.

E, então, dá razão a quem acha que o anúncio da construção do “Corredor Urbano” se deu exclusivamente para gerar um fato nove e tirar o foco das denúncias sobre a fraude do IPTU.

Rodoviários têm todo o direito de fazer greve; movimento começa dia 23

Se há uma categoria neste estado que pode fazer greve é a dos rodoviários da capital. Os salários estão defasados, as condições de trabalho são horríveis, a pressão só aumenta.

De outro lado, os lucros dos empresários não param de subir.

Apesar do discurso do SET de que um aumento na casa dos 10% é inviável (eles oferecem míseros 2% de aumento), o que se vê na realidade é um mercado efervescente, com aquisições de empresas umas pelas outras e abertura de novas linhas.

Além disso, os números não mentem: em 2004, a frota do transporte público de São Luís contava com 750 ônibus para atender a uma demanda de aproximadamente 11 milhões de usuários/mês.

Hoje, sete anos depois, são cerca de 19 milhões de passageiros/mês (quase 80% de aumento na demanda) para uma frota de apenas 950 ônibus (aumento de menos de 30%).

Tem alguém lucrando com isso.