Suspensão dos direitos políticos, inelegibilidade e inabilitação para o serviço público

Constituição de 88Por Flávio Braga* – De início, assevere-se que o ordenamento constitucional pátrio veda expressamente a cassação de direitos políticos, admitindo, tão somente, as situações de perda ou suspensão. Conforme prescreve o artigo 15 da Constituição Federal, o nacional perderá os seus direitos políticos no caso de cancelamento da sua naturalização (perda da nacionalidade brasileira). E terá decretada a suspensão dos seus direitos políticos na ocorrência de incapacidade civil absoluta enquanto durar a interdição, condenação criminal transitada em julgado, recusa de cumprir obrigação a todos imposta e condenação por improbidade administrativa. A perda acarreta a privação definitiva dos direitos políticos. A suspensão ocasiona a privação temporária dos direitos políticos.

Na seara do direito eleitoral, quem estiver com direitos políticos suspensos não pode participar da vida política da Nação. Como a sua inscrição eleitoral é suspensa, não poderá filiar-se a partido político, votar e ser votado.

De sua vez, o fenômeno da inelegibilidade consiste na ausência de capacidade eleitoral passiva do cidadão, isto é, na impossibilidade jurídica, definitiva ou temporária, de ser votado para um ou mais cargos eletivos. Todavia, a nódoa da inelegibilidade não alcança o exercício dos demais direitos políticos, como o ato de votar, manter filiação partidária e integrar órgãos de direção das agremiações políticas.

O regime jurídico das inelegibilidades tem o desiderato de tutelar a probidade administrativa, a moralidade para o exercício de mandato, a normalidade e a legitimidade das eleições. Somente a Carta Constitucional e a legislação complementar podem tipificar situações de inelegibilidade. As restrições que acarretam inelegibilidade têm natureza de legalidade estrita, ou seja, não podem ser interpretadas de forma extensiva, a ponto de alcançar situações não previstas na legislação de regência. Induvidosamente, a imputação de inelegibilidade é tema que provoca intensas pelejas judiciais ao longo da fase de registro de candidaturas.

Por seu turno, o instituto jurídico da inabilitação para o serviço público, introduzido no ordenamento constitucional desde 1891, consiste no impedimento ao exercício de cargos públicos, empregos públicos, funções públicas e mandatos eletivos. É uma sanção aplicável aos chefes do Poder Executivo condenados pela prática de crimes de responsabilidade.

A inabilitação para o serviço público não se confunde com as causas de inelegibilidade e de suspensão dos direitos políticos. No caso de Fernando Collor, por exemplo, ele conservou a condição de eleitor durante os oito anos de inabilitação, mas ficou impossibilitado de ser votado ao longo de todo esse lapso temporal.

Consoante a redação expressa do artigo 52, parágrafo único da CF/88 e a pacífica jurisprudência do STF, as penas de perda do cargo e de inabilitação devem ser aplicadas em conjunto, visto que as mesmas são autônomas, sem relação de acessoriedade entre si.

  • Advogado, especialista em Direito Eleitoral

Planalto abalado

TemerProvocou uma repercussão gigantesca, e abalo no Palácio do Planalto, a carta enviada pelo vice-presidente da República, Michel Temer, à presidente Dilma Rousseff (PT).

Na carta, Temer apontou “fatores reveladores da desconfiança que o governo tem em relação a ele e ao PMDB”, se mostrou chateado com o esvaziamento no cargo e ressentido por não ter a sua atuação na articulação política reconhecida pela petista.

O vice-presidente pontuou indicações particulares para o primeiro escalão do governo rejeitadas, lembrou de não ter sido sequer convidado para reuniões importantes no Palácio e disse ter passado os primeiros quatro anos de governo como “vice decorativo”.

– É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo -, enfatizou o peemedebista na carta.

Para muitos, até mesmo do Planalto, Temer indicou de forma clara o rompimento do PMDB com o governo Dilma. A assessoria do vice-presidente, contudo, contesta.

O fato é que a carta – vazada pelo próprio governo, diga-se -, caiu como uma bomba e aumentou ainda mais a crise política instalada no país.

Alvo de um processo de impeachment, Dilma Rousseff movimenta o quanto pode as peças no tabuleiro para tentar assegurar-se no mandato. Articula a sua bancada na Câmara, recebe o aceno de governadores e sustenta o discurso de tentativa de golpe contra a democracia.

Do outro lado a oposição, regozijada com a carta de Temer, vê os mais recentes movimentos como enfraquecimento de Dilma Rousseff.

O que guardam os próximos capítulos?

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

Dilma anuncia, sexta, Lobão (Minas e Energia) e Wagner Rossi (Agricultura); PT fecha questão com Sarney para o Senado

A informação ganhou corpo nesta quinta-feira (2) em Brasília – com destaque, inclusive, em O Globo -, mas não é hoje que a presidenta eleita Dilma Roussef (PT) anunciará o senador Edison Lobão (PMDB-MA) ministro das Minas e Energia.

Rossi já foi presidente da CONAB

Aliás, não é hoje e não é só Lobão que será anunciado. Dilma anunciará, amanhã (3), além do maranhense, o ex-deputado federal Wagner Rossi (PMDB) – também ex-presidente da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) – para o Ministério da Agricultura.

Com as indicações, são mais duas cadeiras já garantidas para o PMDB.

Presidência do Senado

Com relação à Presidência do Senado, a notícia que vem da capital federal é a de que a bancada do PT se reuniu hoje e já fechou questão em torno do nome que o PMDB apresentar, que, certamente, será o do senador José Sarney (PMDB-AP).

Roseana vetada na campanha, mas prestigiada com Dilma

Tem gente que anda fazendo confusão no que diz respeito à relação da governadora Roseana Sarney (PMDB) com a presidenta eleita Dilma Roussef (PT) e a formação do Ministério do novo governo.

Antes de mais nada, tem-se que pontuar que as duas principais informações veiculadas sobre o assunto nos últimos dias são fato, mas cada uma tem que ser contextualizada a sua maneira para que possam fazer sentido e, não – como querem cada um dos lados –, uma anular a veracidade da outra.

A primeira é a informação de que Dilma vetou a aparição de Roseana no programa eleitoral.

Fato!

Roseana, avaliaram os coordenadores de campanha da petista, provavelmente tiraria votos da candidata em redutos politicamente posicionados mais ao centro. Como a votação dela no Maranhão já havia sido muito boa no 1º Turno e, provavelmente, seria repetida no 2º – como o foi – não havia necessidade de reforçar o apoio do Sarney.

A segunda informação é a nota do colunista Ilimar Franco, do “Panorama Político”, de “O Globo”, segundo a qual Roseana, assim como outros quatro governadores recém-eleitos, serão ouvidos durante a formação do Ministério, com chances, inclusive, de emplacar nomes em alguma pasta.

Também é fato!

Uma coisa era o temor da coordenação de campanha em relação à capitalização ou não de votos com aparições da governadora peemedebista.

Outra, bem diferente, é a força que Roseana – por extensão da força do pai, o senador José Sarney (PMDB-AP) – sempre teve no governo Lula. Lembre-se que foi ela a líder do governo no Congresso quando ainda era senadora.

Então, não há que se invalidar qualquer das afirmações. Todas são verídicas. Cada uma com um efeito claro e diametralmente oposto, que, no entanto, não se negam mutuamente como tentam fazer parecer.

Comunistas negam corpo mole de Flávio Dino no 2º Turno

Os aliados do deputado federal Flávio Dino (PC do B) encontraram um argumento para rebater as acusações dos roseanistas de que ele não fez campanha para a presidenta eleita Dilma Roussef (PT) no 2º Turno. Um forte argumento, diga-se de passagem.

O raciocínio dos dinistas, expresso nesta quarta-feira (3) pelo deputado estadual Rubens Junior (PC do B), passa pela análise dos números dos candidatos ao Governo do Estado do Maranhão e da petista.

Vejamos: Roseana obteve 50,08% dos votos; Flávio Dino, 29,49%. Somando-se os dois: 79,57% dos votos válidos. No 2º Turno, Dilma obteve exatos 79,09% dos votos válidos.

Não há como negar, os números são reveladores.
“O que não se pode afirmar é que os votos de Dilma, no Maranhão, sejam apenas de Roseana”, avaliou Junior.

Contraponto

O também deputado estadual Valdinar Barros (PT) ouviu os argumentos do comunista, e descordou. “Eu ainda vou falar isso pessoalmente para o deputado [Flávio Dino]: eu estou decepcionado com a atuação dele, que se escondeu da campanha no 2º Turno”.

Maranhão: território do lulismo

Se chamou a atenção de alguns incautos a verdadeira surra que a petista Dilma Roussef aplicou no tucano José Serra, aqui no Maranhão – atingindo 79,09% dos votos válidos – ao blog não foi nenhuma supresa.

Dilma teve 5% de votos a menos que Lula no MA

Na verdade, causou espécie a queda de rendimento do “lulismo” no nosso estado.

Tudo bem que, este ano, o eleitor parece não ter-se interessado muito a votar. Some-se a isto as dificuldades que a Justiça Eleitoral impôs ao transporte de eleitores.

O resultado foi que Dilma, com pontencial para obter mais de 80% dos votos válidos pras bandas de cá, conseguiu captalizar “apenas” os 79,09% citados acima. Uma diferença, pró-Dilma, de “apenas” 1,6 milhão de votos.

E por que “apenas”?

Porque o Maranhão, como o Nordeste, é território do lulismo por excelência e a tônica seria esperar da nova presidenta um desempenho igual ou melhor aos índices de aprovação do atual presidente Lula em todas as últimas pesquisas, que beira a casa dos 85%.

Além do mais, se analisarmos os números das eleições de 2006 fica mais fácil de entender por que poder-se-ia esperar mais da petista: no 2º turno contra Alckmin (PSDB), Lula atingiu a marca de 84,64% dos votos válidos, contra 15,36%.

Se a diferença este ano foi de 1,6 milhão de votos pró-Dilma, em 2006 foi de 1,8 milhão de votos pró-Lula. Ele obteve 2,2 milhões de votos.

Vendo por esse ângulo, fica claro que aqui é mesmo território lulista e que Dilma poderia ter capitalizado ainda mais eleitores na disputa deste ano.

PRA HISTÓRIA: Algumas declarações de Dilma após a vitória

A foto-montagem abaixo, de autoria da equipe do G1, serve como registro histórico de algumas promessas de campanha de Dilma Roussef (PT), eleita presidenta do Brasil no último domingo (31).

Vale a pena guardar a imagem para cobrar depois

Que ela não se esqueça dos compromissos que assumiu e que consiga manter o país nos trilhos do desenvolvimento.

Agora é aguardar.

Dilma aplicou uma verdadeira surra em Serra no MA

Se os tucanos chegaram a se empolgar devido à quantidade de carros adesivados com o número de José Serra (PSDB) em São Luís, o resultado das urnas serviu para mostrar que quem faz a diferença, mesmo, é quem anda de ônibus.

No Maranhão, a petista Dilma Roussef aplicou uma verdadeira surra no ex-governador de São Paulo, atingindo 79,09% dos votos válidos, contra 20,91% do adversário. Uma diferença, pró-Dilma, de mais de 1,6 milhão de votos.

Na capital, onde o tucanato iludido pensava poder diminuir a votação da candidata do presidente Lula, os números dela só aumentaram: pularam de 57,32% para 76,70%.

Entre as capitais, foi a segunda maior votação proporcional de Dilma em todo o país – perdendo apenas para Manaus, que deu 79,11% dos votos válidos para a nova presidenta.

Central do MA

Por falar em votação proporcional, foi em Central do Maranhão que Dilma Roussef obteve a maior votação proporcional de todo o país: surpreendentes 95,85%, ou 3.374 votos.

A José Serra sobraram minguados 145 votos.

JÁ ERA MESMO: Dilma é nova presidenta do Brasil

Dilma Roussef comandará o país até 2014

Com 93,34% das urnas apuradas, a petista Dilma Roussef já é a nova presidenta do Brasil.
Nesse momento, às 19h13, ela tem mais de 52 milhões de votos, o que corresponde a 55,49% dos votos válidos.

O tucano José Serra já obteve 41,7 milhões de votos (44,51%).

Como a diferença entre os dois candidatos é de 10,3 milhões de votos e só restam cerca de 8,2 milhões de votos a serem apurados, não há mais o que contestar.

A fatura está liquidada.

DILMA É A NOVA PRESIDENTA DO BRASIL.