O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), vem ocupando espaço generoso em jornais, emissoras de rádio e televisão nos últimos dias para fazer o que sua assessoria chama de “balanço de oito meses de gestão”. Acontece que nesse período há quase nada a mostrar, o que tem limitado bastante o desempenho do prefeito nas entrevistas. A situação chega a ser constrangedora, uma vez que Edivaldo Júnior apenas requenta promessas de campanha, como a tão esperada licitação de linhas de ônibus, o bilhete único do transporte e as escolas de tempo integral, temas explorados exaustivamente por ele para conquistar o voto dos eleitores.
De concreto mesmo, pode-se apontar apenas a regularização do serviço de limpeza pública. Em outras áreas, como saúde, transporte, educação e infraestrutura, a ineficiência é a mesma que marcou a gestão anterior. As condições precárias dos Socorrões I e II, a superlotação e o sucateamento da frota de ônibus, a falta de professores em escolas da zona rural e a buraqueira em ruas e avenidas denunciam o caos. Para piorar, há casos em que houve retrocesso, a exemplo da suspensão do Programa do Leite, que, segundo o prefeito, será retomado no próximo mês.
Em entrevista anteontem à TV Difusora, transcrita pela Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) e reproduzida por jornais alinhados à sua administração, Edivaldo Júnior foi obrigado, quase sempre, a conjugar verbos no futuro, já que seu plano de governo ainda não saiu do papel. E anunciou uma meta ousada: investir R$ 500 milhões em melhorias na capital nos próximos 15 meses, por meio de um pacote de ações batizado de Avança São Luís.
Chama a atenção o prazo fixado pelo prefeito, que não chega a ser o dobro do período já transcorrido desde que ele assumiu o mandato. Diante do desempenho pífio nos primeiros oito meses, é inevitável a dúvida quanto à execução do programa da forma como está sendo propalado. Evidentemente, todos esperam que o plano tenha êxito e finalmente dê rumo à atual gestão.
Com a imagem a cada dia mais desgastada, Edivaldo Jr. e seu governo são vistos com reserva e até mesmo descrédito por uma parcela cada vez mais expressiva da população. Decepcionados, muitos cidadãos não têm poupado críticas à omissão e aos equívocos que marcam a atual gestão. Umas das situações mais condenadas é a influência excessiva do PCdoB em alguns setores da administração municipal e a passividade do prefeito ante as investidas dos comunistas.
Passados mais de 240 dias desde que tomou posse como uma possibilidade de renovação, Edivaldo Jr. ainda não deu o choque de gestão que tanto prometeu em campanha. Espera-se, portanto, que o pacote de ações traga, efetivamente, a revolução administrativa tão almejada pelos ludovicenses. E não seja apenas um programa eleitoreiro concebido com o único propósito de beneficiar aliados politicamente.
Da coluna Estado Maior, de O Estado