Governo paga convênios somente para três municípios

Flávio Dino já prometeu pelo menos quatro vezes que pagaria os convênios aos municípios

Flávio Dino já prometeu pelo menos quatro vezes que pagaria os convênios aos municípios

No início do agosto, o governador Flávio Dino (PCdoB), se reuniu com a direção da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) e se comprometeu em repassar a verba dos convênios firmados entre o governo estadual e os municípios na gestão passada.

Eram cerca de 40  convênios, cujos pagamentos foram suspensos no segundo dia de gestão de Dino, que decidiu determinar auditoria em todos os contratos.

De lá para cá, depois de muita pressão dos prefeitos, o governo prometeu pelo menos quatro vezes que pagaria os convênios, cujas obras já estão prontas tendo passado até por medição.

Em 4 de agosto o próprio governador se comprometeu em pagar os convênios depois de anunciar de uma hora para outra dificuldade financeira. A promessa que Dino fez em reunião com a Famem foi de que em agosto pagaria todos os convênios.

Acabou agosto e somente quatro convênios foram pagos. Foram contemplados somente três municípios: Feira Nova do Maranhão, Estreito e Bernardo do Mearim sendo que Estreito recebeu o pagamento de dois convênios.

Mais uma vez, o governo promete pagar nas próximas semanas pelo menos outros 30 convênios. Será mesmo?!

Requentando promessas

edivaldoO prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), vem ocupando espaço generoso em jornais, emissoras de rádio e televisão nos últimos dias para fazer o que sua assessoria chama de “balanço de oito meses de gestão”. Acontece que nesse período há quase nada a mostrar, o que tem limitado bastante o desempenho do prefeito nas entrevistas. A situação chega a ser constrangedora, uma vez que Edivaldo Júnior apenas requenta promessas de campanha, como a tão esperada licitação de linhas de ônibus, o bilhete único do transporte e as escolas de tempo integral, temas explorados exaustivamente por ele para conquistar o voto dos eleitores.

De concreto mesmo, pode-se apontar apenas a regularização do serviço de limpeza pública. Em outras áreas, como saúde, transporte, educação e infraestrutura, a ineficiência é a mesma que marcou a gestão anterior. As condições precárias dos Socorrões I e II, a superlotação e o sucateamento da frota de ônibus, a falta de professores em escolas da zona rural e a buraqueira em ruas e avenidas denunciam o caos. Para piorar, há casos em que houve retrocesso, a exemplo da suspensão do Programa do Leite, que, segundo o prefeito, será retomado no próximo mês.

Em entrevista anteontem à TV Difusora, transcrita pela Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) e reproduzida por jornais alinhados à sua administração, Edivaldo Júnior foi obrigado, quase sempre, a conjugar verbos no futuro, já que seu plano de governo ainda não saiu do papel. E anunciou uma meta ousada: investir R$ 500 milhões em melhorias na capital nos próximos 15 meses, por meio de um pacote de ações batizado de Avança São Luís.

Chama a atenção o prazo fixado pelo prefeito, que não chega a ser o dobro do período já transcorrido desde que ele assumiu o mandato. Diante do desempenho pífio nos primeiros oito meses, é inevitável a dúvida quanto à execução do programa da forma como está sendo propalado. Evidentemente, todos esperam que o plano tenha êxito e finalmente dê rumo à atual gestão.

Com a imagem a cada dia mais desgastada, Edivaldo Jr. e seu governo são vistos com reserva e até mesmo descrédito por uma parcela cada vez mais expressiva da população. Decepcionados, muitos cidadãos não têm poupado críticas à omissão e aos equívocos que marcam a atual gestão. Umas das situações mais condenadas é a influência excessiva do PCdoB em alguns setores da administração municipal e a passividade do prefeito ante as investidas dos comunistas.

Passados mais de 240 dias desde que tomou posse como uma possibilidade de renovação, Edivaldo Jr. ainda não deu o choque de gestão que tanto prometeu em campanha. Espera-se, portanto, que o pacote de ações traga, efetivamente, a revolução administrativa tão almejada pelos ludovicenses. E não seja apenas um programa eleitoreiro concebido com o único propósito de beneficiar aliados politicamente.

Da coluna Estado Maior, de O Estado