TJ nega liminar à Oposição para barrar autorização de empréstimo pela AL

O desembargador Jamil Gedeon negou, há pouco, liminar em Mandado de Segurança impetrado ontem (26) pelos deputados de oposição da Assembleia Legislativa para tentar barrar a votação do projeto de lei que prevê autorização para o Governo do Estado contrair empréstimo de R$ 1,5 bilhão para pagar dívida de igual valor em parcelas menores, mas prazo maior.

O processo foi protocolado no plantão do TJ e questionava partes do texto da mensagem da governadora Roseana Sarney (PMDB), o fato de ainda existirem vetos a ser votados em plenário e a ausência de informações que, segundo os oposicionistas, seriam cruciais para a apreciação da matéria.

No seu despacho, o magistrado argumenta que o caso deve ser tratado como assunto interna corporis e que, portanto, não cabe ingerência do Poder Judiciário. Ele diz, ainda, que os impetrantes não conseguiram provar vícios constitucionais na tramitação da proposição.

“Há que se registrar que não lograram os impetrantes demonstrar que não foi oportunizado o debate sobre o projeto de lei em questão”, decidiu (baixe aqui o documento).

O líder do Bloco Parlamentar de Oposicção, deputado estadual Rubens Júnior (PCdoB), declarou que, assim que tomar conhecimento da decisão, avaliará com os colegas se protocola um agravo, ou se restringe o debate ao plenário.

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Governo do Estado prevê economia de R$ 216 mi com novo empréstimo

Governo do Estado prevê economia de R$ 216 mi com novo empréstimo

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César Pires: “folga” para o caixa do estado

A oposição insiste, desde ontem (25), em criticar iniciativa do Governo do Estado de contrair empréstimo de R$ 1,5 bilhão para pagar dívida de igual valor em parcelas menores, mas prazo maior. Segundo Rubens Júnior (PCdoB), por exemplo, o Executivo quer apenas “rolar dívida”.

Nada disso.

A atual dívida foi contraída respaldada pelas leis federais 8.727/93 e 9.496/97, com custos financeiros de 6,0% de juros ao ano mais a variação da inflação medida pelos índices IGP-M e IGP-DI (FGV).

Os juros, altíssimos, e o prazo, curtíssimo, obrigariam o Estado a pagar, só este ano, R$ 312 milhões – e R$ 1,5 bilhão até 2017.

Se aprovado pela AL, o novo contrato possibilitará ao Maranhão quitar o débito até 2023 e serão desembolsados apenas R$ 29,4 milhões este ano – uma “folga” de R$ 283 milhões para o caixa em apenas um ano. Nada mal.

Além disso, com taxa de juros muito mais baixa, o novo contrato gerará uma economia de nada menos que R$ 216 milhões ao estado.

“Onde é que está pecado de o Estado do Maranhão minimizar as suas dívidas? Pouca responsabilidade seria se o Estado tivesse essas condições e não fizesse esse resgate da sua capacidade de crédito”, declarou César Pires (DEM), líder do governo na Casa.

O projeto, encaminhado por mensagem da governadora Roseana Sarney (PMDB), já deveria ter sido votado na segunda-feira, mas a falta de quórum, provocada pela saída da bancada de oposição do plenário, impediu a apreciação da matéria.

De qualquer forma, a proposta volta hoje (26) à pauta, para ser aprovada e dar ainda mais fôlego à economia do estado.

Só não vê quem não quer….

Aos desavisados: os estados de Santa Catarina e Mato Grosso já fizeram o mesmo para sair ganhando com a “rolagem de dívida”, como quer a oposição.

Após artigo de Sarney, Roberto Costa solicita devolução simbólica de mandatos também de suplentes

O deputado Roberto Costa (PMDB) protocolou na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (25) uma Indicação para que sejam devolvidos, de forma simbólica, os mandatos de suplentes de deputados estaduais, que foram cassados pela Ditadura Militar em 1964.

Devem ser beneficiados com a homenagem os suplentes Bandeira Tribuzzi, William Moreira Lima, José Bento Neves e Vera Cruz Marques, que, apesar de também cassados à época, não tiveram os mandatos devolvidos na sessão solene da AL semana passada (reveja).

“Fiz uma indicação à mesa diretora para que a Assembleia Legislativa possa direcionar essas homenagens aos quatro maranhenses ilustres, em função de suas importâncias e histórias”, ressaltou o parlamentar.

A Indicação do peemedebista acolhe sugestão feita pelo senador José Sarney (PMDB-AP), em artigo publicado no domingo (24), em sua coluna no jornal O Estado do Maranhão (leia aqui).

“O artigo do senador Sarney foi muito feliz quando faz a cobrança e ao mesmo tempo sugestão, para que a gente complete a obra da homenagem dos deputados que foram cassados em meio à ditadura militar”, ressaltou Costa.

Estado precisa discutir tratamento a presos com doença mental

O deputado estadual Othelino Neto (PPS) fez hoje (19) uma importante cobrança ao Governo do Estado. Ao citar matéria de O Globo sobre o tema, cobrou providências quanto à situação de maus tratos em que estão vivendo doentes mentais presos na Penitenciária de Pedrinhas, em São Luís.

O parlamentar, como todos, lamentou que o fato tenha levado o Maranhão a aparecer, novamente, destacado em notícia negativa na imprensa nacional.

A reportagem de O Globo foi publicada no último fim de semana, e denunciou maus tratos contra doentes mentais nas penitenciárias do Brasil, principalmente da capital maranhense.

“Infelizmente, as autoridades do Maranhão fazem de conta que isso não existe; fazem de conta que não têm que tomar providências para resolver este problema”, disparou.

A matéria, assinada pelo jornalista Vinícius Sassine, expõe, ainda, a situação em que vive José Antônio dos Santos, mais conhecido como “Cola na Cola”, que passa as noites em um buraco ao lado de uma criação de porcos, da tubulação de esgoto e do resto da comida servida na Casa de Detenção, onde cumpre sua pena.

Segundo apurou o jornal carioca, o Estado nunca diagnosticou seu transtorno mental. Nos últimos dois anos, ele não aderiu a qualquer tratamento psiquiátrico, não tomou uma única medicação, nem esteve numa consulta médica. O buraco onde mora está na entrada do presídio, na parte de dentro, onde ficam os porcos, as galinhas e o lixo.

Simplesmente degradante…

Edilázio Júnior é escolhido presidente da CCJ; Oposição ainda pode perder Meio Ambiente

O deputado estadual Edilázio Júnior (PV) foi definido hoje (19) como novo presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Assembleia Legislativa do Maranhão. A decisão ocorreu após uma reunião a portas fechadas na Presidência da Casa.

Com isso, Alexandre Almeida (PSD), que era o mais cotado para o posto, acabou sendo deslocado para a Comissão de Orçamento. Francisca Primo (PT) foi para a Comissão de Educação.

A articulação que possibilitou a prevalência das escolhas do Blocão foi possível depois que o Bloco PDT/PSDB, liderado pelo tucano Neto Evangelista e que estava alinhado com o Bloquinho, o BPO e o PSD, debandou para a base governista, logo após o Carnaval.

Como há um representante de cada bloco ou bancada em todas as comissões – são sete membros em cada -, o Blocão e seus aliados venceriam todas as disputas no voto, por 4 a 3.

Sendo assim, a turma de Alexandre Almeida, Rogério Cafeteira (PMN) e Eduardo Braide (PMN) acabou tendo que ceder à pressão do presidente da Casa, Arnaldo Melo (PMDB), e às propostas de Roberto Costa (PMDB) e Cia. e entregando de bandeja a CCJ, que contará ainda com Tatá Milhomem (PSD) e Manoel Ribeiro (PTB) como membros.

Meio ambiente

Se já há definição na CCJ e na Comissão de Orçamento, no Meio Ambiente as coisas ainda não se resolveram hoje. Inicialmente, a Oposição queria a vaga para o deputado estadual Othelino Neto (PPS) – ele já foi secretário de Estado de Meio Ambiente.

Mas os governistas bateram o pé. Dizem garantir a vaga aos oposicionistas, contanto que o indicado seja outro. “E se demorarem a indicar alguém ainda podem perder”, avalia Rogério Cafeteira, que, segundo apurou o blog deixou a reunião antes do fim, chateado com alguns acertos de última hora.

De concreto para a Oposição só as comissões de Direitos Humanos, que ficará novamente com Eliziane Gama (PPS), e de Assuntos Econômicos, com Bira do Pindaré (PT).

Assembleia devolverá mandatos de deputados cassados pela Ditadura

Benedito Buzar, Kleber Leite e Sálvio Dino (Foto: Reprodução/O Estado)

A Assembleia Legislativa do Maranhão devolverá amanhã (18), simbolicamente, os mandatos de três deputados estaduais cassados pela Ditadura Militar. O evento, que acontecerá às 15h45 com hasteamento de bandeiras e posterior sessão solene no Plenário Nagib Haickel do Palácio Manuel Beckman, marcará as comemorações pelo Dia do Poder Legislativo, juntamente com o aniversário de 178 anos do Legislativo Maranhense. Serão homenageados os ex-deputados Benedito Buzar, Sálvio Dino, cassados por ato da própria AL, e Kleber Leite (em memória), cassado pelo Ato Institucional nº 5.

Embora as cassações de Benedito Buzar e Sálvio Dino tenham sido determinadas em votação no próprio Legislativo, há indícios de que ela tenha sido tramada no Palácio dos Leões – Newton Belo era o governador da época.

Tudo começa com o envio de mensagem, do tipo “cabograma”, assinada pelo presidente da Casa, deputado Frederico Léda, ao comandante do IV Exército, em Recife, general Justino Alves Bastos.

Apesar de subscrita pelo parlamentar, a correspondência partiu do Palácio dos Leões, como lembra Buzar. Segundo ele, toda a engenharia da cassação foi uma forma de o poder local mostrar que concordava com o golpe. “O Legislativo com o Executivo resolveram fazer graça para a revolução. Nem podiam mais ter feito isso, porque, quando começou esse processo, as primeiras cassações que ocorreram no país foram feitas sem critérios. Prefeito cassava vereador; governador, através das Assembleias, cassava deputado. A revolução baixou o Ato Institucional nº I dizendo que só podia cassar mandato o presidente da República”, explicou.

Mas, para levar a cabo o plano de cassar os oposicionistas, o Legislativo maranhense editou e aprovou um projeto de resolução avocando para si a prerrogativa . “A Assembleia, para fazer graça, resolveu fazer um projeto avocando competência de cassar mandato. Totalmente inconstitucional. Aí resolveu passar um cabograma, que saiu do Palácio dos Leões – aí é que se vê a simbiose entre o Poder Legislativo e o Executivo -, assinado pelo presidente da Assembleia pedindo ao comandante do IV Exército que indicasse os comunistas que deveriam ser cassados”, relembra.

O “cabograma” foi enviado em 16 de abril de 1964. Frederico Léda solicita do general Justino Alves os nomes dos que deveriam ser cassados. “A gente não pensava que viesse resposta, até porque já existia o Ato. estabelecendo essa prerrogativa apenas ao presidente ”, relata Buzar.

Oito dias depois, no entanto, chegava a resposta, via comando do 24° BC. “Conforme ordem do IV Exército, deveis tomar providências junto ao Legislativo do Maranhão quanto à cassação dos mandatos dos deputados comunistas Sálvio Dino, Benedito Buzar, Joaquim Mochel, Vera Cruz Marques, agitadores, e, se for o caso, Ricardo Bogéa”, dizia o cabograma, ordenando a cassação de mais dois suplentes.

Naquele mesmo dia, a Assembleia foi convocada e o caso encaminhado à Comissão de Justiça, que emitiu parecer em sessão à tarde. À noite, já com o parecer pela cassação, Frederico Léda convoca sessão extraordinária e determina a apreciação do pedido de cassação em plenário.

“A votação foi tão irregular que grande parte dos deputados não compareceu ou deixou o plenário. Para haver o quórum mínimo, que era de 27 deputados, o presidente da Assembleia, que normalmente não vota, teve que votar”, contou Buzar.

Disputa por comissões evidencia novo racha na base governista na AL

Tudo parecia acertado entre os deputados da base governista após as articulações que levaram à eleição de Max Barros (PMDB) 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa.

Parecia…

Porque, ao que tudo indicado, o Blocão não anda lá muito disposto a cumprir sua parte no acordo e as presidências das comissões técnicas da Casas pode acabar sendo disputada no voto.

O pomo da discórdia são a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e a Comissão de Orçamento. Para a primeira o acordo previa a indicação de Alexandre Almeida (PSD), para a segunda, Francisca Primo (PT).

Mas o Blocão, o maior da AL, mudou de ideia e agora quer emplacar o presidente da CCJ.

Resultado: as lideranças do Bloquinho, mais as do PSD e dos dois blocos de oposição dizem não arredar pé do que foi acertado. Vão disputar todas as presidências no voto.

Como são sete deputados em cada comissão, um de cada bloco ou bancada, está claro que, na configuração atual, a turma do Blocão – que conta ainda com o PV e o Bloco Democrático – perderá todas por 4 a 3.

Mas eles acham que ainda pode haver virada de mesa…

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Jorge AragãoJá existe um acordo para as Comissões Técnicas, mas…

Deputados que moram em São Luís recebem auxílio-moradia da AL

Os deputados estaduais Manoel Ribeiro (PTB) e Antonio Pereira (DEM) foram citados em matéria de O Globo como exemplos de parlamentares que, mesmo com residência fixa em São Luís, recebem auxílio-moradia da Assembleia Legislativa.

Leia aqui a íntegra da matéria.

Segundo O Globo, adotam a prática polêmica as Assembleias Legislativas de São Paulo, Maranhão, Bahia, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Mais do que moradia garantida, há deputados que têm diversos imóveis residenciais nas capitais e, mesmo assim, são contemplados com a verba.

“No Maranhão, O GLOBO encontrou seis imóveis em São Luís na declaração do deputado Manoel Ribeiro (PTB) à Justiça Eleitoral, em 2010, e sete na declaração de Antonio Pereira (DEM). Em São Paulo, há, pelo menos, quatro casos: Campos Machado (PTB), que tem 13 imóveis declarados na capital paulista; Salim Curiatti (PP), com cinco; Edson Ferrarini (PTB), com oito; e Celino Cardoso (PSDB), com cinco”, diz a reportagem.

O assunto é tema de debate desde que se descobriu que os parlamentares, Brasil afora, recebiam 14º, 15º, 16º e, no caso maranhense, até 17º e 18º salários.

Sob pressão da imprensa – a quem Manoel Ribeiro chamou de gangue (reveja) – o 17º e o 18º salários foram logo extintos. Mais tarde, extinguiu-se, também, o auxílio-saúde de R$ 1.050,00 a ex-deputados estaduais.

Mas o auxílio-moradia, mais um desses inúteis penduricalhos dados a quem já recebe mais de R$ 20 mil por mês, permanece sendo pago religiosamente em dia.

Até quando?

Nota: apesar de serem os únicos citados, Manoel Ribeiro e Antônio Pereira não recebem o auxílios sozinhos.

AL tem sete blocos, mas só dois lados

Apesar de dividida atualmente em sete blocos ou bancadas, o plenário da Assembléia Legislativa tem apenas dois lados quando o assunto é a discussão dos interesses internos dos deputados.

E não são governo e oposição…

No embate que antecede à definição das presidências das comissões, governistas e oposicionistas confundem-se e se misturam, de acordo com suas próprias conveniências, para manter maior fatia de poder a seus grupos.

As comissões possuem sete vagas cada. Por ser o maior, o Bloco Parlamentar pelo Maranhão (PMDB/DEM/PTB), teoricamente teria 2 vagas. Todos os demais teriam uma, e o PV, menor bancada só garantiria um membro em qualquer delas mediante acordo.

Mas o Blocão abriu mão de uma vaga em todas as comissões para garantir a presença dos verdes. É por isso, então, que se vê o BPM de Roberto Costa (PMDB) aliado do Bloco Democrático (BD) de Jota Pinto (PEN) e, ainda, do PV, de Edilázio, todos do mesmo lado.

E, do outro, os dois blocos de oposição, além do Bloquinho e da bancada do PSD.

Na configuração atual, a turma do Blocão, apesar de ser a maior bancada da Casa, perderia no voto – por 4 a 3 – qualquer disputa que travasse pelas presidências. Por isso o PSD garante que a CCJ ficará com Alexandre Almeida e o Bloquinho diz não ter dúvidas de que a Comissão de Orçamento é de Francisca Primo (PT).

Mas como a AL é uma Casa política, muitos acertos ainda podem ser viabilizados até depois do Carnaval…

Arnaldo Melo de olho na cadeira de Roseana Sarney

Engana-se quem pensa que o presidente da Assembléia Legislativa do Maranhão, deputado estadual Arnaldo Melo (PMDB), é carta fora do baralho no intrincado jogo da sucessão estadual caso a governadora Roseana Sarney (PMDB) não permaneça no cargo até o fim do mandato.

Por cassação, ou renúncia, se ela e o seu vice, Washington Oliveira (PT), deixarem o comando do Executivo, é o presidente da AL quem assume o posto, com a incumbência de convocar eleições indiretas em trinta dias.

Analistas políticos têm citado comumente os nomes de Ricardo Murad (PMDB), Luis Fernando (sem partido) e Max Barros (PMDB) como prováveis candidatos para o mandato-tampão.

A verdade, no entanto, é que o próprio Arnaldo Melo tem trabalhado fortemente para ser, ele mesmo, o sucessor. E encerrar a carreira política como governador do Maranhão.

Para isso, já prometeu céus e terra à governadora, garantiu fidelidade e, o principal, empenho pela eleição de Luis Fernando em 2014. Quer de todas as formas garantir essa página no seu currículo político.

Roseana ainda não disse nem quem sim, nem que não. Mas não se fala em outra coisa entre os governistas.