Cafeteira: interesses da Vale em 1º lugar

Apesar de o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, negar que tenha havido interferência da Vale no processo que resultou no cancelamento da licitação para duplicação da BR-135, trecho São Luís/Bacabeira, os deputados estaduais maranhenses não pouparam críticas à multinacional.

Zé Carlos (PT) se disse impressionado por saber, através do secretário Pedro Fernandes (Cidades), que “interesses da Vale poderiam estar interferindo no interesses do Maranhão”.

“O que queremos é que essa obra seja executada sem interferência de nenhuma empresa privada”, disse.

Rogério Cafeteira (PMN) elogiou a vinda da comitiva do Ministério dos Transportes, mas ressaltou que os interesses da Vale não podem prevalecer.

“A Vale colocou o sinteresses dela em primeiro lugar, porque acha que pode tudo por conta do seu poder”, disparou.

Braide: sentimento de frustração

Stênio Rezende (PMDB) lembrou as mortes causadas por acidentes na Vale e acrescentou que, interferindo na obra de duplicalção da BR-135, a empresa contribui para mais tragédias.

“Essa é a mesma Vale que há anos e anos vem matando gente. E, se ela estiver mesmo envolvida no cancelamento dessa licitação, esta Casa tem que tomar uma ação mais enérgica”, cobrou.

Já Eduardo Braide (PMN) se disse frustrado com a visita do ministro e seus assessores. “Meu sentimento é de frustração com as respostas apresentadas aqui. E, sobre a denúncia do deputado Pedro Fernandes, ela é gravíssima, principalmente por se tratar de um empresa privada interferindo em uma obra de interesse direto de todo o estado”, completou.

A Assembléia Legislativa aprovou, nesta quarta-feira (19), o Projeto de Lei nº 259/2011, que cria a Fundação da Memória Republicana Brasileira, com a proposta de ser uma entidade sucessora da atual Fundação José Sarney.

O projeto, encaminhado à Assembleia Legislativa através de mensagem assinada pela governadora Roseana Sarney (PMDB), prevê que a Fundação da Memória Republicana Brasileira terá “natureza jurídica pública” e será inserida na administração do Estado do Maranhão como “sucessora da atual Fundação José Sarney”.

A matéria passou por maioria – após amplo debate na Casa. Votaram contra a estatização os deputados Rubens Junior (PC do B), Marcelo Tavares (PSB), Luciano Leitoa (PSB), Gardênia Castelo (PSDB), Bira do Pindaré (PT), Neto Evangelista (PSDB), Cleide Coutinho (PSB) e Eliziane Gama (PPS).

O deputado Edilázio Júnior foi posto na parede, na noite da última segunda-feira (17), em reunião na Presidência da Assembléia Legislativa.

Insatisfeitos com as declarações do imberbe, de que ele apresenta suas emendas porque não faz negociatas (reveja aqui), deputados mais experientes cobraram uma retratação pública.

O clima ficou tenso, mas Edilázio contornou tudo pedindo desculpas a todos. “Ele argumentou que não era bem aquilo que queria dizer”, garantiu um deputado ouvido pelo blog.

Então tá.

Ainda as emendas

Ainda sobre a tal lista de emendas apresentada pelo deputado (veja aqui), o secretário de Artiulação Política, Hildo Rocha, confirmou a tese defendida pelo blog hoje (18) mais cedo.

Deputado de primeiro mandato, no primeiro ano de efetivo exercício parlamentar, não tem emenda este ano.

“O orçamento é votado no ano anterior pelo Legislativo. As emendas que devem ser liberadas este ano form apresentadas ao orçamento votado no ano passado pela Assembléia, quando estes [Edilázio Júnior e todos os novatos] nem eram deputados”, declarou Rocha, segundo o blog do Marco D’Eça.

Segundo Hildo Rocha, o que um deputado de primeiro ano de mandato pode fazer é solicitar do governo a liberação de recursos para determinado projeto em município, que o governo atenderá apenas se houver previsão de recursos.

Bacelar: professores não querem trabalhar

O deputado Magno Bacelar (PV) voltou a aprontar das suas, nesta terça-feira (18).

Ao defender a aprovação de um projeto de lei que estatiza a Fundação José Sarney, o parlamentar exaltava as qualidade do ex-presidente da República e atual presidente do Senado, quando foi vaiado por alguns professores que assistiam à sessão da galeria.

Bacelar não perdoou. Chamou os professores de “mal-educados” e disse que os que estavam é porque “não querem trabalhar”.

“Para nós, maranhenses, é um orgulho ter Sarney, que já foi presidente da República, o presidente de todos nós, dos brasileiros e das brasileiras [nesse momento, começam as vaias]. O presidente dos mal-educados professores, que devem respeitar a tribuna, aqueles professores que não querem trabalhar”, declarou.

O presidente da Casa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), interveio e pediu silêncio aos professores. Marcelo Tavares (PSB) tentou aproveitar-se da situação e pediu que Magno Bacelar retirasse o que considerou “ofensas” à categoria.

Ninguém deu bola.

“Senhor Presidente, é claro que é uma organização orquestrada pela Oposição. Acho que não se resolvem as coisas dessa forma, mas discutindo. É por isso exatamente que não há democracia sem Parlamento livre. Deputado Milhomem, não há democracia sem o Parlamento livre. Estarei sempre aqui como parlamentar bem votado pelo povo do Maranhão para defender aquilo que é justo”, disse, lembrando citação do próprio Sarney, estampada em plenário.

Em tempo: os professores estavam na AL para acompanhar a votação do PL que trata dos reajustes da classe.

Edilázio: complicou

Mais do que provocar os colegas deputados – ao insinuar que eles fazem negociata com emendas parlamentares -, o deputado Edilázio Junior (PV) pode ter criado um “problemão” para o Governo do Estado ao divulgar uma suposta lista de emendas de sua autoria ao Orçamento de 2011.

Isso porque, como deputado de primeiro mandato – e em primeiro ano de exercício efetivo -, o parlamentar verde não tem como apresentar emendas ao Orçamento de 2011, simplesmente porque ele foi votado em 2010, quando Edilázio não passava de um pré-candidato a deputado.

Alguns mais apressados – e sempre os há – podem argumentar que os números que o deputado apresentou referem-se ao Orçamento de 2012.

As "emendas" de Edilázio Júnior

Mas essa não cola. O Orçamento de 2012 ainda não foi votado. Ninguém teve a chance de emendá-lo, simplesmente porque não há parâmetros para isso.

E agora, Edilázio, quem explica isso? Vossa Excelência, ou o Governo do Estado?