CPI da Saúde: Justiça Federal recebeu ação do MPF contra Levi Pontes

leviDe O Estado

O juiz federal Nelson Loureiro dos Santos, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, seção judiciária do Maranhão, decidiu acatar a petição do Ministério Público Federal (MPF) de improbidade administrativa contra o deputado estadual Levi Pontes (SD) – reveja aqui e aqui.

A decisão é do dia 4 de fevereiro deste ano.

Levi Pontes é presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, instalada na semana passada no Legislativo estadual, que tentará apurar supostas irregularidades no programa Saúde é Vida. Curiosamente, o parlamentar responde a processo na Justiça por desvios de recursos federais no mesmo setor em que pretende atuar. Ele foi secretário municipal de Saúde na gestão do ex-prefeito Magno Bacelar, em Chapadinha.

Além de Levi Pontes, figuram como réus na Ação Civil Pública movida pelo MPF o ex-prefeito de Chapadinha e os ex-presidentes da Comissão de Licitação do município, Jorge Carvalho Miranda e Magnólia Caldas Veras. Além de desvios de recursos da Saúde, que haviam sido destinados ao município pelo Governo Federal, o MPF também aponta irregularidades na Educação.

As irregularidades foram apontadas inicialmente em relatório de fiscalização da Controladoria Geral da União (CGU) e confirmadas pelo Ministério Público Federal, após levantamento da aplicação dos recursos.

Após intimado pela Justiça Federal para apresentar defesa prévia, o deputado Levi Pontes alegou, preliminarmente, a ilegitimidade ativa ad causam (o termo trata da legitimidade para se agir numa demanda judicial) e ocorrência de prescrição. No mérito, sustentou que na qualidade de secretário municipal de Saúde não era o responsável pelo ordenamento de despesa ou realização de licitações. Ele afirmou que daí não poderia haver conduta, de sua parte, que caracterizasse ato de improbidade administrativa.

Decisão

Em sua decisão, no entanto, o magistrado primeiro afastou a alegação de Levi Pontes, de ilegitimidade ativa ad causam. De acordo com o juiz, o Ministério Público Federal está, sim, legitimado a propor ação civil por improbidade administrativa nos termos do art. 129, III, da Constituição Federal e do art. 17 da Lei 8.429/92: “Ainda mais quando se trata de alegada má utilização de verbas federais, como no caso”, destacou trecho da decisão.

O juiz também desqualificou a alegação de prescrição do processo, sustentada por Levi. “Embora os fatos articulados na inicial tenham ocorrido nos anos de 2004 e 2005, vê-se que um dos pleitos deduzidos busca do ressarcimento do dano sofrido pelo erário federal. E se assim é, conforme modernos posicionamentos jurisprudenciais, tal direito é imprescritível, nos termos da norma constitucional aplicável”, afirmou o juiz e completou em seguida:

“Os argumentos trazidos pelos requeridos em suas defesas preliminares não são suficientes para afastar desde logo a ocorrência de ato de improbidade, sendo necessário o avanço da causa para a fase instrutória”.

O juiz Nelson Loureiro dos Santos finalizou a argumentação decidindo pelo recebimento da petição inicial e determinando a regular citação dos quatro requeridos, entre eles o deputado Levi Pontes.

Deputado tem embargos rejeitados pela Justiça

O deputado Levi Pontes (SD) ingressou com recurso na Justiça Federal, logo após a decisão judicial do recebimento da petição inicial por improbidade administrativa do Ministério Público Federal (MPF). Os embargos de declaração apresentados pela defesa do parlamentar, no entanto, foram rejeitados pelo juiz Nelson Loureiro dos Santos.

Levi sustentou no recurso que a decisão judicial era omissa e contraditória por não ter analisado de forma individualizada as argumentações dos réus, bem como por não ter apreciado a ocorrência de prescrição separadamente para cada um dos quatro requeridos. Para ele, foi insuficiente a tese utilizada pelo magistrado de imprescritibilidade do ressarcimento ao erário, quando, segundo ele, existe ação própria para a busca da reparação pecuniária.

O magistrado, no entanto, não aceitou as argumentações. “Como sabido, os embargos de declaração têm por finalidade possibilitar ao magistrado afastar eventual obscuridade, contradição ou suprir omissão no decisum. No presente caso, sem razão, o embargante, eis que a decisão hostilizada não tem os vícios apontados. Diferentemente das alegações, as preliminares arguidas nas defesas prévias foram apreciadas e afastadas, assim como a prejudicial de mérito”, disse.

O juiz federal ainda repreendeu o parlamentar a respeito do tipo de recurso utilizado. “Se existente eventual equívoco na fundamentação, a via de ataque é o recurso de agravo e não a escolhida pela parte. Assim, vendo-se claramente nos termos do recurso em apreço que o recorrente quer, em verdade, alterar o convencimento, fazendo valer a tese que entende aplicável”, completou.

Mais

Na Ação Civil Pública por improbidade administrativa, o Ministério Público Federal requer a dupla condenação do deputado estadual Levi Pontes (SD) e dos outros três réus no processo. Uma para obrigá-los a ressarcir integralmente os danos causados ao erário público federal e outra para aplicação das penalidades decorrentes de improbidade administrativa.

Deputado quer sair da CPI da Saúde

josimarA decisão ainda não é oficial, mas o deputado estadual Josimar de Maranhãozinho (PR) andou procurando alguns líderes da Assembleia Legislativa para comunicar seu interesse em deixar a CPI da Saúde.

Depois de oficialmente instalada na semana passada, a comissão começou a atuar hoje (11) – com uma reunião para definir pedidos de informações. E o parlamentar, que parece já haver-se arrependido de integrá-la, sequer participou.

A aliados, ele tem dito que só aceitou integrar o colegiado porque “ninguém mais quis” e reclama que agora está no meio do fogo cruzado.

Levi Pontes silencia sobre ação por desvios na Saúde

De O Estado (com edição)

leviO deputado estadual Levi Pontes (SD) silenciou em relação a ação por improbidade movida contra ele na Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF).

Eleito presidente da CPI da Saúde, o parlamentar responde a processo por irregularidades na aplicação de recursos federais no município de Chapadinha, quando foi secretário municipal de Saúde.

O Estado primeiro tentou entrar em contato por meio de telefone com o parlamentar, mas ele não atendeu às ligações.

Em seguida, a reportagem encaminhou perguntas, por meio do WhatsApp pessoal do deputado. Ele também não respondeu. O aplicativo mostra que as mensagens foram visualizadas pelo deputado exatamente às 18h55.

Na quinta-feira, após ter sido eleito presidente do colegiado, Levi Pontes afirmou que atuará com transparência e responsabilidade. Ele afirmou que não haverá perseguição a nenhum ex-gestor de Saúde.

“Ainda não temos data definida [para a convocação de autoridades]. Vamos primeiro fazer uma leitura, comunicar as pessoas e atuar sem perseguição. Vamos dar às pessoas o direito a ampla defesa e vamos cumprir a nossa função institucional”, completou. Na ocasião da entrevista, ele também não falou sobre a ação do MPF.

Presidente da CPI da Saúde foi processado por desvios… na Saúde

leviOs deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará, na Assembleia Legislativa, a gestão de Ricardo Murad (PMDB) à frente da Secretaria de Estado da Saúde (SES), escolheram ontem (6) o seu comando.

O deputado estadual Levi Pontes (SDD) será o presidente; Rogério Cafeteira (PSC) o vice; e Fernando Furtado (PCdoB), o relator.

Ocorre que, como revelou o Blog do Jorge Aragão (leia aqui), a escolha do presidente parece não haver sido a mais acertada.

Levi Pontes foi acionado pelo Ministério Público Federal (MPF) por irregularidades na aplicação de recursos repassados pelo Ministério da Saúde à Prefeitura de Chapadinha.

A ação foi proposta em 2012, e refere-se ao período em que Pontes era secretário de Saúde do Município.

Segundo o MPF, uma fiscalização realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) constatou a aplicação de forma indevida dos recursos federais, como autorização de pagamento de despesas não vinculadas à execução de ações e serviços de atenção básica à saúde, pagamento de obras inacabadas em escolas e dispensa indevida de licitações.

O hoje deputado foi acusado – junto com o então prefeito, Magno Bacelar e membros da Comissão Municipal de Licitação – de usar recursos do Ministério da Saúde para o pagamento de impostos e de contas de energia elétrica de unidades não pertencentes à rede de atenção básica.

O dinheiro deveria ter sido aplicado na execução de ações e serviços de atenção básica à saúde do município.

Mesa da AL faz leitura de requerimento da CPI da Saúde

cpi2O deputado estadual Carlinhos Florência (PHS), representando a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, fez hoje (15) a leitura do requerimento de criação da CPI da Saúde, por meio da qual membros da base governista tentam encontrar provas de desvios da gestão Ricardo Murad (PMDB) à frente da SES.

O requerimento foi protocolado na semana passada, mas, exatamente como antecipou o blog, os “bombeiros” da Casa seguraram a sua leitura e posterior publicação no Diário da AL de forma que a comissão seja instalada apenas após o recesso parlamentar (reveja), que já começa na sexta-feira (17).

O documento agora será publicado no Diário e, então, abre-se prazo para que os líderes de blocos indiquem seus membros.

Nos bastidores, pelo menos cinco nomes já são especulados como membros da comissão: os dois idealizadores do requerimento, Rafael Leitoa (PDT) e Fernando Furtado (PCdoB), além de Rogério Cafeteira (PSC), Ricardo Rios e Marco Aurélio (PCdoB) – este último pode ser o presidente, com o pedetista como relator.

André Fufuca pede o indiciamento de dez pessoas em relatório final de CPI

andreO deputado maranhense André Fufuca (PEN-MA), apresentou nesta quarta-feira (8) o seu relatório final no qual pediu o indiciamento de dez pessoas. André é relator da CPI da Máfia de Próteses e Órteses. A votação do texto de autoria do deputado deve ser acontecer semana que vem.

O documento de autoria de André Fufuca propõe a tramitação de quatro projetos de lei para regulamentar o mercado de implantes no Brasil. O deputado também sugere ao Ministério Público que investigue médicos e empresários, além de 14 empresas, envolvidos no esquema de fraudes.

“Constatamos que a cooptação de profissionais por fabricantes e distribuidores com o oferecimento de vantagens como presentes e viagens e pagamento de propina em troca de falsificação de prontuários e boletins médicos e simulação de atos cirúrgicos é frequente”, disse André Fufuca.

No caso dos hospitais investigados, foi verificada a prática de sobretaxar as próteses sob a alegação de que os valores pagos pelo SUS e convênios médicos estão defasados.

No seu parecer, Fufuca atesta ainda que falta regulação do mercado, além de ser falha a fiscalização pelos conselhos das categorias profissionais, que geraram um “processo viciado”.

Para solucionar os problemas no setor, o maranhense defendeu a padronização da nomenclatura dos dispositivos médicos implantáveis, o aperfeiçoamento no controle de fluxo de dispositivos médicos no SUS e a tipificação de crimes, como o ato de aceitar ou prometer vantagem financeira indevida para o uso de determinada marca.

Outra questão levantada por Fufuca é a necessidade de deixar a cargo do SUS, por meio dos hospitais universitários, o treinamento e formação profissional para uso dos equipamentos, evitando, assim, que as empresas assumam esse papel.

“Se assim decidirem…”, diz Rafael Leitoa sobre visita de CPI a Caxias

rafaelUm dos que coletam assinaturas para a CPI da Saúde, o suplente de deputado Rafael Leitoa (PDT) não descarta uma visita da comissão – que deve ser oficialmente criada amanhã (8) – à cidade de Caxias.

Em abril, uma reportagem especial do Repórter Record Investigação, da TV Record, mostrou detalhes das mortes de aproximadamente 200 bebês na Maternidade Carmosina Coutinho, localizada na cidade, só em 2014.

“Se assim decidirem, iremos sim”, disse Leitoa, quando questionado pelo blog.

O pedetista tem como base de atuação a cidade de Timon, vizinha de Caxias, e deve ser pressionado a levar a CPI – oficialmente criada para “pegar” Ricardo Murad (PMDB) – para investigar o caso das mortes na cidade administrada pelo aliado Léo Coutinho (PSB), sobrinho do presidente da Assembleia, Humberto Coutinho (PDT).

Lava Jato: Aluísio solicita PF para analisar dados de interceptações

aluisioDurante reunião da CPI da Petrobras realizada nesta quinta-feira, o deputado federal Aluísio Mendes cobrou prioridade na apreciação de requerimento de sua autoria que solicita dois policiais federais especializados em trabalhos de inteligência para auxiliar os parlamentares na coleta de informações das interceptações telefônicas e telemáticas da Operação Lava Jato.

Os especialistas deverão analisar todo o material solicitado pelo deputado e enviado à comissão em março pelo juiz federal Sérgio Moro. São mais de 6.000 horas de interceptações telefônicas e 1.200 comunicações por sistemas de informática, o que abrange e-mails.

O volume de dados é grande e os arquivos podem mudar os rumos das investigações.

“Tenho informações extraoficiais de que nesse banco há muitos dados que ainda não vieram a público. Acho que esmiuçando estas conversas, poderemos ter acesso a outros nomes e a outras provas que ainda não vieram à tona”, avaliou ele.

CPI do Sistema Carcerário confirma vinda ao Maranhão

pedrinhasA CPI do Sistema Carcerário aprovou hoje (5) requerimento de autoria da deputada federal Eliziane Gama (PPS) e confirmou vinda ao Maranhão, como já havia antecipado o blog (reveja)

Falta definir a data.

A visita da comissão ao estado servirá para que seja avaliada atual situação dos presídios maranhenses, em especial os situados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde foram registradas as mais recentes ocorrências de fuga e motim.

Além das diligências de praxe, poderá haver convocação de membros do governo Flávio Dino (PCdoB) para prestar depoimentos.

CPI do Sistema Carcerário deve vir ao Maranhão

(Foto: Reprodução/Uol)

(Foto: Reprodução/Uol)

A deputada federal Eliziane Gama (PPS) formalizará na terça-feira (14) durante a reunião de definição da agenda de trabalhos da CPI do Sistema Carcerário, pedido para que o primeiro estado a ser visitado pelos deputado da comissão seja o Maranhão.

A popular-socialista pretende que seja feita uma visita ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Entre os membros da CPI, já havia uma espécie de direcionamento para que as primeiras ações fossem audiências públicas para discutir a situação carcerária no Rio Grande do Norte e no Acre, com representantes das Secretarias Estaduais de Segurança Pública, de Justiça e Direitos Humanos; e das Varas de Execuções Penais e dos Sindicatos dos Agentes Penitenciários.

Gama, no entanto, alegará em seu pedido, que o recente resgate de quatro detentos do CDP de Pedrinhas é motivo o suficiente para que a comissão dê atenção especial ao caso do Maranhão.