A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae/MF) encaminhou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, esta semana, nota técnica na qual confirma as suspeitas de que a TelexFREE trata-se, na verdade, de uma pirâmide financeira. E pede investigação tanto da empresa quanto da responsável pela atividades da multinacional no Brasi, a Ympactus Comercial LTDA.
“A oferta de ganhos altos e rápidos proporcionados principalmente pelo recrutamento de novos entrantes para a rede, o pagamento de comissões excessivas, acima das receitas advindas de vendas de bens reais e a não sustentabilidade do modelo de negócio desenvolvido pela organização sugerem um esquema de pirâmide financeira, o que é crime contra a economia popular”, diz o comunicado.
A TelexFREE atua no país desde março do ano passado e, oficialmente, vende planos de minutos de telefonia voz sobre protocolo de internet (VoIP na sigla em inglês), que permitem ligações ilimitadas para 41 países por US$ 49 mensais. O ganho dos investidores da pirâmide decorre mesmo, no entanto, é da promoção do serviço na internet, postando diariamente anúncios em sites de classificados e redes sociais e recebendo comissão sobre as vendas.
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Apesar disso, o MInistério da Fazenda diz na nota que “não foi comprovada a parceria entre a Telexfree e operadoras de telefonia móvel ou fixa, o que seria necessário para garantir a prestação do serviço de VoIP (voice over IP), conforme ofertado pela empresa”.
Como em toda pirâmide, quem entra primeiro às vezes consegue ganhos absurdamente altos. Mas quem vai chegado depois ou ganha muito pouco, ou perde tudo. É o caso de um grupo de pequenos investidores de São Luís. Nele há pessoas que venederam até casa e carros para aplicar no negócio. E perderam tudo.
Ao titular do blog, a promotora de Defesa do Consumior, Lítia Cavalcanti, informou que já conseguiu a confirmação de que o negócio trata-se de uma pirâmide financeira.
Veja abaixo a íntegra da nota da Seae/MF.
A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae/MF) vem a público prestar os seguintes esclarecimentos sobre as atividades da empresa Ympactus Comercial Ltda. ME, conhecida pelo nome fantasia de Telexfree:
1. As operações da referida empresa NÃO configuram captação antecipada de poupança popular, que é modalidade descrita no art. 7º da Lei nº 5.768/71 e cuja autorização e fiscalização competem à Seae/MF. Desta forma, NÃO cabe à Seae autorizar nem fiscalizar as atividades da Telexfree em território nacional.
2. A descrição das atividades econômicas principal e secundária da empresa não a autorizam praticar atividades de comércio.
3. Não foi comprovada a parceria entre a Telexfree e operadoras de telefonia móvel ou fixa, o que seria necessário para garantir a prestação do serviço de VoIP (voice over IP), conforme ofertado pela empresa.
4. Com base nas informações prestadas pela empresa, a Seae/MF concluiu que estão presentes indícios de duas possíveis irregularidades na relação comercial entre a Telexfree e os divulgadores membros da rede da organização: i. o estímulo à economia informal e ii. a exigência de exercício de duas atividades laborais (como divulgador e como comerciante) para o recebimento de apenas uma.
5. A oferta de ganhos altos e rápidos proporcionados principalmente pelo recrutamento de novos entrantes para a rede, o pagamento de comissões excessivas, acima das receitas advindas de vendas de bens reais e a não sustentabilidade do modelo de negócio desenvolvido pela organização sugerem um esquema de pirâmide financeira, o que é crime contra a economia popular, tipificado no inciso IX, art. 2º, da Lei 1.521/51.
Ante o exposto, a Seae/MF encaminhará suas conclusões sobre a questão, contidas na Nota Técnica nº 25 COGAP/SEAE/MF, e o Parecer PGFN/CAF nº 422/2013 ao Departamento de Polícia Federal e à 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, para que aqueles órgãos, caso entendam necessário, promovam as devidas investigações sobre o caso.
Secretaria de Acompanhamento Econômico
Ministério da Fazenda