Foi um fracasso de público a convenção do PSDB, realizada na manhã de hoje (22) em Imperatriz.

Organizado pelo prefeito Sebastião Madeira, o evento deveria reunir pelo menos 2 mil militantes. Mas, com o boicote do ex-prefeito de São Luís, João Castelo, que teve sua candidatura ao Senado vetada pelo partido, ficou esvaziado.

Segundo tucanos que participaram do encontro no segundo maior colégio eleitoral do estado, os pré-candidatos da oposição discursaram para uma plateia de não mais que 250 pessoas – a maioria delas levada pelo vereador de São Luís Sérgio Frota, pré-candidato a deputado estadual.

A cara de Madeira durante toda convenção era o retrato do fiasco que foi o evento.

E a prova cabal de que quem tem realmente voto e liderança no PSDB é João Castelo.

O prefeito de São Bento, Carlos Alberto Lopes Pereira, o Carrinho (PSDB), foi pressionado hoje (10) pela cúpula do PSDB, mas manteve-se firme em sua decisão de apoiar o pré-candidato a governador do PMDB, senador Edison Lobão Filho.

O PSDB vota em Flávio Dino (PCdoB).

Membro da Comissão Provisória Estadual – que se reuniu para decidir, mas não decidiu nada sobre a pré-candidatura de João Castelo ao Senado -, Carrinho chegou a ser impedido de votar quando o assunto fosse levado à pauta.

O prefeito, contudo, não se fez de rogado: disse ao presidente Carlos Brandão e Cia. que o voto dele já estava definido em favor do peemedebista.

Só os tucanos fingiam ainda não saber da ligação de Carrinho com o Governo do Estado. No final do mês de maio, mesmo sendo do PSDB, ele fez questão de participar de um encontro estadual do PEN, em São Luís, durante o qual revelou por que está ao lado da base governista.

 “Sou de um partido de oposição, mas apoio e acredito no senador Lobão Filho, que é candidato da governadora Roseana Sarney, uma parceira importante para todos os prefeitos maranhenses”, declarou Carrinho, ao destacar que o governo tem-lhe dado condições fazer uma administração melhor.

Como era de se esperar de um partido que se notabilizou por ficar “em cima do muro”, o PSDB não chegou a nenhuma decisão, na manhã/tarde desta terça-feira (10), e não anunciou nada na coletiva de imprensa marcada para as 11h da manhã e que começou apenas quase 13h da tarde.

Reunida na sede da legenda em São Luís, a Executiva Estadual do PSDB manteve, pelo menos por enquanto, a pré-candidatura do ex-prefeito João Castelo ao Senado.

O presidente estadual do partido, deputado federal Carlos Brandão, contou com o apoio do deputado estadual Neto Evangelista e do prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, ao defender a tese de que a candidatura de Castelo “mata” o PSDB.

Além disso, alegam que a definição da presidência nacional é para que nenhum outro projeto estadual prejudique o acordo fechado entre o senador Aécio Neves e Flávio Dino (PCdoB).

“A candidatura ao Senado só será aceita se não inviabilizar esse acordo feito pelo presidente Aécio”, disse Brandão.

Na sexta-feira (13) o assunto será levado às demais siglas da oposição – que já fecharam questão em torno do apoio à pré-candidatura do vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB). Brandão deve tomar um puxão de orelha de Dino.

Na terça-feira da semana que vem (17) uma nova rodada de negociações entre os tucanos pode levar a uma definição.

Se isso não ocorrer, o destino de João Castelo será decidido mesmo apenas na convenção estadual.

Até lá, Roberto Rocha “sangra”…

Em tempo: como nem tudo é indefinição no “ninho”, o PSDB confirmou para o dia 22, em Imperatriz, sua convenção estadual.

Aliado da governadora Roseana Sarney (PMDB) e do pré-candidato do PMDB ao Governo do Maranhão, o ex-secretário de Fazenda do Estado, Cláudio Trinchão (PSD), pode acabar sendo obrigado a fazer campanha para o comunista Flávio Dino na eleição deste ano.

Segundo informa acoluna “Painel”, da Folha de S. Paulo (veja aqui), o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab tem-se reaproximado dos tucanos. E isso nao ocorre apenas em São Paulo.

“Começa a ganhar corpo uma articulação para que Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central de Lula, seja vice na chapa de Aécio Neves”, diz a nota da coluna editada pela jornalista Vera Magalhães.

Como se sabe, no Maranhão, o palanque de Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, será garantido por Flávio Dino, o que pode acabar levando Trinchão, nome de proa da base governistas, para uma aliança com os comunas.

Veja abaixo a nota na íntegra

Alerta máximo

A preocupação do PT com a reaproximação entre Gilberto Kassab e o PSDB não se resume a São Paulo. Começa a ganhar corpo uma articulação para que Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central de Lula, seja vice na chapa de Aécio Neves. A possibilidade de o PSD romper o acordo para apoiar Dilma Rousseff e se aliar aos tucanos nas disputas nacional e paulista levou o Planalto a marcar conversa de Kassab com a presidente nesta semana. Lula também entrou no circuito.

(Foto: Karlos Geromy/OIMP/D.A.Press)

Em nota encaminhada à imprensa neste fim de semana, o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, voltou a cobrar do seu partido, o PDT, o cumprimento da promessa de que ele seria lançado candidato a governador caso o pré-candidato do PCdoB, Flávio Dino, rompesse o acordo que garantiria aos pedetistas a indicação do candidato a vice-governador na chapa oposicionista.

O comunista preteriu o empresário Márcio Honaiser (PDT), para conseguir o apoio do PSDB, que acabou indicando o deputado federal Carlos Brandão como companheiro de chapa de Dino.

Para Gonçalo, o PDT “mostrar sua força” a partir de agora. Segundo ele, se permanecer aliado ao PCdoB, o partido estará se desvalorizando.

“Já que o Flávio Dino rompeu o acordo firmado com o partido ainda em 2012, agora é a hora de o PDT mostrar sua força. Temos a maior militância do estado no campo da oposição, não podemos nos desvalorizar dessa forma”, argumentou.

O ex-prefeito ainda se diz otimista quanto ao lançamento de sua candidatura. “Eu não trabalho com a hipótese de descumprimento do acordo. Esse anúncio do PSDB como componente da chapa ainda foi recente. Estamos em período de negociações. Quero apenas o cumprimento do que foi acordado. Eu quero lançar minha pré-candidatura ao governo”, reiterou.