A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) do Maranhão admitiu hoje (19), por meio de nota, que cometera um grande equívoco ao prender, na noite de ontem (18), mais de 100 pessoas que estavam numa festa, no São Cristóvão, em São Luís (reveja).
A Polícia Militar acreditava tratar-se de uma festa organizada por uma facção criminosa com atuação na capital.
A averiguação da Polícia Civil, no entanto, mostrou que “nenhum dos adultos tinha passagem pela polícia ou nome em cadastros de registros policiais”.
Por conta disso, todos foram liberados na manhã desta segunda.
As únicas ocorrências registradas foram de consumo de drogas e a presença de menores no local.
Crise
A atuação da PM no caso abriu uma pequena crise com a Polícia Civil. Integrantes da Seic, para onde os 180 “membro de facção” foram levado, reclamam que precisaram mobilizar grande efetivo para “fichar” os suspeitos, além de abarrotar delegacias com os casos denunciados.
Como trabalharam durante toda a madrugada – alguns até a manhã de hoje -, investigadores, escrivães e delegados, que trabalhariam normalmente nesta segunda-feira, precisaram ganhar folga.
Há várias delegacias desfalcadas por conta disso.
O caso foi considerado tão grave pela cúpula da SSP que o Superintendente de Investigações Criminais, André Gossain, concederá entrevista coletiva hoje à tarde para esclarecer o fato.
Veja abaixo a íntegra de uma das notas já disparadas pela SSP nesta segunda.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), informa que a condução de supostos integrantes de uma facção criminosa, sendo a maioria menores de idades, realizada, na noite do último domingo (18), na Avenida Santos Dumont, no bairro do São Cristóvão, para a sede do órgão, foi um equívoco.
Segundo a Seic, no momento da prisão, estava sendo realizado um evento com entrada paga para arrecadação de fundos e todos os participantes utilizavam pulseiras de identificação. Na festa, foram encontradas alguns papelotes de droga e frascos de loló, no entanto a quantidade não caracteriza tráfico de entorpecentes.
A Superintendência de Investigações Criminais afirma que realizou uma triagem e constatou que todos os maiores de idade não tinham passagens pela polícia e foram liberados. Os adolescentes foram entregues aos pais e/ou responsáveis.
Ainda de acordo com a Seic, foi aberto um inquérito para apurar suposta venda de bebidas alcoólicas e drogas para os menores de idade. Em seguida, os autos do processo serão encaminhados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para dar prosseguimento ao caso. O material encontrado no local seguirão para o Instituto Criminalística para serem periciados.
Delegado André Gossain irá conceder uma entrevista coletiva às 15h na Seic.