Aliados do governador Flávio Dino (PCdoB) iniciaram uma verdadeira ofensiva contra o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), após o reajuste das passagens de ônibus em São Luís.
Vereadores, deputados e até um irmão do comunista têm-se manifestado publicamente contra a medida e criticado o fato de que o aumento foi definido sem audiências públicas ou debate na Câmara Municipal.
Contribui para isso, em larga escala, o fato de que Dino simplesmente cruzou os braços para a questão.
Logo após o anúncio do aumento, o governador deixou claro que não concorda com a medida – tanto que autorizou o Procon a notificar a SMMT.
Agora, libera a base para lançar fogo contra o prefeito.
Resultado: Rose Sales, Antonio Lisboa – ambos do PCdoB -, Roberto Rocha Júnior (PSB), Honorato Fernandes (PT) e até Sálvio Dino Júnior, irmão do governador lançaram petardos na direção do petecista.
“Tive conhecimento pela imprensa e acredito que deveria, pelo menos, ter uma audiência pública no Parlamento municipal”, disse Lisboa.
Para a vereadora Rose Sales, a população de São Luís foi “penalizada”. Ela considerou “abusivo” o percentual de reajuste adotado pela Prefeitura.
“Mais uma vez a população está sendo penalizada, pois o aumento abusivo concedido pela atual gestão em junho do ano de 2014 foi resultado da inoperância da gestão municipal em não ter cumprido o acordo que os empresários se dispuseram a fazer para adquirirem os sistemas de bilhetagem eletrônica única e de biometria facial em 2013, o que coibiria as fraudes gerando assim um aporte de receita da ordem de R$ 4,2 milhões por mês”, ponderou a comunista, em nota.
A manifestação de Sálvio Dino, irmão do governador Flávio Dino, veio por meio das redes sociais. Ele compartilhou em sua página pessoal uma postagem do também vereador Honorato Fernandes (PT), condenando a falta de diálogo e defendendo a revisão do aumento.
“Falta diálogo, informação e clareza quanto ao aumento da tarifa de ônibus na nossa cidade. É preciso ser revisto o aumento por todos os vereadores e vereadoras. Esse aumento foi de encontro a uma lei municipal promulgada pela própria Casa”, diz a postagem.
Filho do ex-companheiro de chapa de Edivaldo Júnior e ex-vice-prefeito de São Luís, hoje senador Roberto Rocha (PSB), o vereador Roberto Rocha Júnior (PSB) considerou injusto o aumento.
“Os usuários do transporte coletivo são constituídos, em sua maioria, por pessoas de baixa renda. E não podemos deixar de achar injusta a decisão do prefeito de aumentar as tarifas, onerando ainda mais o bolso dos usuários, sem antes tentar um acordo com o governador, visto que eles são aliados. O governador Flávio Dino reduziu no mês passado o ICMS do combustível de aviões, para incentivar o turismo em nosso estado. Por que não fazer o mesmo em relação aos ônibus?”, questionou.
Os ônibus articulados que estão em testes desde o mês passado em São Luís não serão adquiridos pelas empresas que atuam no transporte público da capital.
O assunto já é tratado abertamente entre motoristas e cobradores, mas o SET e a SMTT ainda não deram a má notícia à população.
