Que autoridade têm os militares para propor greve este ano?

greve_pmÉ jogo baixo (para não dizer coisa pior) o que fazem os policiais militares e bombeiros do Maranhão ao anunciar a deflagração da “Operação Legal”, espécie de operação tartaruga” que pode anteceder uma greve geral da categoria – uma reunião no dia 13 de março ocorrerá para decidir sobre a possibilidade de paralisação geral.

Com amnésia, os militares criticam o reajuste de 7% concedido pelo Governo do Estado no início da semana (reveja). Segundo eles, a medida não reflete aumento, apenas reposição de perdas salariais coma inflação.

Com o reajuste, um soldado, por exemplo, que recebia R$ 2.396,80 em 2013, a partir de março deste ano terá sua remuneração elevada para R$ 2.564,58.

Ora! Não é preciso ir muito longe para saber que o que a governadora Roseana Sarney (PMDB) faz agora é tão somente cumprir um acordo que fechou com os próprios militares em 2011.

Ao fim de greve realizada no fim daquele ano, a categoria decidiu aceitar a proposta do Governo do Estado. Pelo que ficou acertado entre o Executivo e os militares na ocasião, o salário-base dos soldados do Maranhão seria de R$ 2.240,00 a partir de 2012.

Além disso, os militares conseguiram um reajuste acumulado de mais de 17%, escalonados entre 2013 e 2014. Em valores reais, o salário alcançaria R$ 2.396,80, em 2013, e (vejam só!) 2.564,00 em 2014 (relembre todo o acordo aqui).

Pois bem… Se em 2014 o Governo cumpre a última parcela de um acordo firmado pela categoria em 2011, que autoridade os militares têm para cobrar algo agora?

A meu ver, nenhuma…

Greve só não termina hoje se militares não quiserem

O avanço no diálogo entre os militares do Maranhão e o Governo do Estado mudou o cenário em relação às decisões para o fim da greve – que já se arrasta há oito dias.

Se até a última segunda-feira (28) era o Executivo o “culpado” pela paralisação, principalmente por intransigência nas negociações, a indicação do secretário João Alberto (Projetos Especiais) para fazer a interlocução com o movimento mudou o panorama das coisas.

Na primeira reunião de que participou, o senador-secretário garantiu o atendimento a nada menos que seis dos nove pleitos da categoria. Apenas dois foram negados peremptoriamente – e a a liderança dos grevistas entendeu.

Veja o que já está garantido aos militares.

1 – Anistia dos grevistas;
2 – Fim do R.D.E (Regulamento Disciplinar do Exército) para a Polícia Militar;
3 – Estipular o dia 1º de março, como data base;
4 – Instituir a Lei de Promoções;
5 – Criação de uma Comissão Paritária;
6 – Diminuição da carga horária de 72h para 40h.

O único ponto que ainda não foi definido refere-se aos salários. E, mesmo assim, não se pode dizer que o Governo do Estado não cedeu. Atualmente, soldados recebem vencimento-base de R$ 2.028,00. O Estado oferece, agora, R$ 2.200,00. Mais o auxílio-alimentação, recentemente reajustado para R$ 250,00.

Portanto, a greve só não termina hoje se os militares não quiserem…

(Com informações do blog do Jorge Aragão)

Auditor militar nega pedido de prisão de líderes da greve dos militares

O juiz auditor militar em São Luís, Vicente de Paula Gomes de Castro, julgou improcedente o pedido da Corregedoria da Polícia Militar (PM) para decretar a prisão de quatro líderes da greve da PM e dos bombeiros do Maranhão.

O pedido, feito ontem (24) pelo encarregado do inquérito que investiga o movimento grevista da PM do Maranhão, coronel Edilson Moraes Gomes, alega crime de desobediência, porque os militares são proibidos pela Constituição de fazer greve.

A prisão dos líderes grevistas foi requerida por meio de uma representação à Procuradoria-Geral de Justiça, solicitando a ação do Ministério Público do Maranhão à Justiça Militar.

Ontem, o Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão declarou ilegal a greve dos policiais e bombeiros militares. Na decisão, em caráter liminar, o desembargador Stélio Muniz determinou ainda a imediata suspensão do movimento de paralisação dos militares, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 200. Apesar da decisão da Justiça, os policiais mantiveram a greve e permanecem acampados em frente à Assembleia Legislativa do estado.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, nenhum incidente grave foi registrado no estado. Para garantir a segurança da população durante a greve dos agentes de segurança pública, um batalhão da Força Nacional está patrulhando em São Luís, e cidades do interior, como Imperatriz, Timon e Bacabal.

(As informações são da Agência Brasil)

Reunião deve definir pauta única de militares

Uma reunião está marcada para a tarde desta quinta-feira (12), às 15h, entre policiais militares e bombeiros, na Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa. O objetivo é que as duas categorias cheguem a um acordo sobre a pauta de reivindicações ao Governo do Estado.

Isso porque, nas últimas tentativas de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) para discussão do Plano de Cargos e Salários, houve muitas divergências entre as lideranças dos dois grupos.

Do encontro de hoje, é bem provável que saia uma pauta unificada. Só assim as negociações podem avançar para que se evite mais uma greve no estado.

Rodoviários

Por falar em greve, quem anda perto de parar são os rodoviários da capital. A lista de reivindicações da categoria é extensa, mas o Sindicato das Empresas de Transportes (SET) diz que o empresariado do setor tem operado no vermelho (dá pra acreditar ?!?) e oferece míseros 2% de aumento.

É quase certo que a classe não vai fazer acordo nestes termos. Os usuários só esperam que, após aumento dos salários dos trabalhadores, os donos das empresas não aproveitem pra lhes empurrar mais um reajuste de passagens goela abaixo.

EXCLUSIVO! Veja foto do Bombeiro preso por reclamar de falta de viatura

Marcelo Ferreira na sala em que está preso

O blog recebeu, com exclusividade, uma foto do major Marcelo Ferreira Costa, detido na manhã desta quarta-feira (4) por ordem do comandante da corporação, coronel Marcos Sousa Paiva.

Ele reclamava da falta de viaturas no 1° Grupamento de Bombeiros Militar do Quartel do Parque do Bom Menino, do qual é comandante. Marcelo Ferreira teria denunciado, ainda, o uso indevido de uma viatura pelo motorista do superior.

Ao contrário do que se chegou a afirmar na mídia local, o tenente-coronel foi preso num quarto com cama.