Convocação a Olga e celeuma no Governo

Olga: "desconvocada"

Ainda não foi totalmente digerido pelo núcleo duro do Governo o desenrolar da história envolvendo a convocação e posterior “desconvocação” da secretária Olga Simão (Educação) para falar na Assembléia Legislativa sobre a greve dos professores.

Muitas reuniões e telefonemas depois da fatídica segunda-feira (28), está claro para setores do Executivo que houve uma tentativa de boicote à secretária.

Mas isso é velado.

Oficialmente só se fala que houve desatenção.

O fato é que a emenda acabou saindo pior do que o soneto. O Governo não definiu que atitude tomar e exigiu apenas que houvesse um meio de reparar o dano. Exigiu do presidente Arnaldo Melo (PMDB) que definisse, em atos, de que lado está.

Inúmeras seriam as formas de fazer as duas coisas, mas com um presidente pressionado e com líderes como Manoel Ribeiro (PTB) e Stênio Rezende (PMDB), deu no que deu.

Uma medida arbitrária, que, se vai impedir Olga de falar na Casa, também expôs quão frágil é a secretária de Educação.

Mesa Diretora suspende convocação a Olga Simão

A Mesa Diretora da Assembléia Legislativa decidiu conceder efeito suspensivo à convocação da secretária de Educação, Olga Simão, para tratar da greve dos professores na Casa.

A aprovação do requerimento, de autoria do deputado Marcelo Tavares (PSB), aconteceu na última segunda-feira (27), mesmo com a presença de vários deputados governistas em plenários.

Os que votaram a favor da convocação alegaram desatenção, mas há quem veja no gesto um ato de rebeldia contra o próprio governo.

Os líderes do governo, Manoel Ribeiro (PTB), e do Bloco Parlamentar Pelo Maranhão (BPM), Stênio Rezende (PMDB), foram os responsáveis por articular a reconsideração.

Marcelo Tavares e Bira do Pindaré (PT) condenaram a posição da Mesa. A oposição, agora, deve recorrer à Justiça para conseguir manter a convocação.

Convocação de Olga: cochilo ou armação?

Bancada governista "cochilou"?

Causou grande desconforto no Palácio dos Leões a atitude da bancada governista na Assembléia Legislativa, que, na sessão de segunda-feira (25), deixou aprovar convocação da secretária de Educação, Olga Simão, para falar sobre a greve dos professores.

O requerimento é de autoria do oposicionista Marcelo Tavares (PSB). Ele ainda tripudiou dos colegas, ao agradecer da tribuna a aprovação da matéria.

Dos aliados presentes, apenas Eduardo Braide (PMN), Tatá Milhomem (DEM), Rigo Teles (PV), Raimundo Louro (PR), Doutor Pádua (PP), André Fufuca (PSDB), Vianey Bringel (PMDB), Fábio Braga (PMDB) e Jota Pinto (PR) votaram contra.

Após se aperceberem da cochilada, vários deputados correram a dar explicações.

Nem precisava tanto.

Num caso como este, está claro que o equívoco é da liderança. É o líder quem tem a responsabilidade de chamar a bancada e encaminhar a votação.

Ninguém o fez.

O líder do Governo, deputado Manoel Ribeiro (PTB), não estava presente. Também não estavam no plenário os vice-líderes Alexandre Almeida (PT do B), Magno Bacelar (PV), nem Rogério Cafeteira (PMN).

Pelo blocão, o Bloco Parlamentar Pelo Maranhão, faltou também o líder, Stênio Rezende (PMDB). A missão sobrou para Rigo Teles (PV) e César Pires, vice-líderes.

César diz que estava desatento, finalizando detalhes de um discurso sobre as dificuldades para criação de cursos de medicina.

Rigo teve a atitude menos compreensível: votou contra o requerimento, mas esqueceu de encaminhar sua bancada.

Resultado: apenas nove votos contra e uma enxurrada de parlamentares governistas que “permaneceram como estavam” e acabaram, assim, votando a favor da proposta.

Reação

A reação do Governo do Estado foi imediata. Responsável pela articulação com os deputados, o secretário Hildo Rocha (Articulação Política) disparou telefonemas durante toda a noite.

Pressionado pela própria governadora, tentava entender o que houve: se apenas uma “cochilada” mesmo, ou armação.

Cobrou pessoalmente uma resposta de pelo menos dois deputados de alto clero. Não conseguiu muita coisa.

A verdade é que, apesar de os líderes argumentarem que houve apenas desatenção, pelo menos outros dois parlamentares revelaram ao blog que a aprovação do requerimento foi uma jogada da própria bancada, e que o gesto é uma forma de demonstrar a insatisfação com o Executivo.

AL deve convocar diretores da Vale para explicar “quebradeira” de empresas maranhenses

O caso da “quebradeira” de empresas maranhenses que prestam serviços para a Vale deve ser discutido em breve na Assembléia Legislativa.

Assim que forem definidas as presidências das comissões técnicas, é quase certo que a Comissão de Assuntos Econômicos convoque diretores da multinacional para prestar esclarecimentos – mas esclarecimentos de verdade, não a esparrela que foi enviada como nota oficial.

“Se eles pensam que vêm aqui para nos enrolar, estão enganados”, declarou um dos deputados que já se mostra favorável à convocação.