Bastou o deputado estadual Raimundo Cutrim resolver romper com o grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB) para passar a ser o “cara”i da oposição na Assembleia Legislativa, o homem mais correto e digno que pertencia ao grupo Sarney.
Ontem, durante o seu discurso no grande expediente, Cutrim concedeu apartes a deputados oposicionistas – em sua maioria – e governistas. E foi justamente do lado da oposição de onde partiu os aflorados elogios.
Há alguns meses, Cutrim jamais serviria para os nobres deputados que se colocam como adversários políticos do grupo governista. Não seria convidado sequer para sentar à mesma mesa. Mas agora é diferente, agora Cutrim serve.
Como secretário de estado da Segurança Pública, segundo a oposição de alguns meses atrás [e não a oposição de ontem], Cutrim era co-responsável pelos “elevados índices de criminalidade dos governos Roseana”. Pelos “elevados índices de homicídios em todas as administrações da governadora”. Por não ter conseguido “combater o crime organizado nos governos Roseana”. Pela “inoperância do sistema de segurança pública em todas as administrações da governadora”, principalmente em casos de “assalto, arrombamento, roubo qualificado e tráfico de drogas”.
Ou Marcelo Tavares (PSB), Bira do Pindaré (PT), Rubens Pereira Júnior (PCdoB) e Othelino Neto (PPS) jamais apontaram o dedo para o sistema de segurança pública “de todos os governos Roseana”?
Afinal, não foi Raimundo Cutrim secretário de Roseana Sarney em três mandatos oportunidades? E o que mudou agora?
E porque essa mesma oposição não o acompanhou e assinou a CPI da Agiotagem há três meses quando o parlamentar a propôs na Assembleia? Não acreditavam nele? Ou ele apenas não servia para a oposição naquele momento?
E a velha incoerência oposicionista se faz novamente presente…