Edivaldo Holanda balança

Não é nada confortável a situação do deputado estadual Edivaldo Holanda (PTC) com a Prefeitura de São Luís.

Aliado histórico de João Castelo (PSDB), Holanda herdou uma vaga na Assembléia Legislativa depois de a deputada estadual Graça Paz (PDT) assumir a secretaria de Articulação Política do Município.

Depois disso, havia um acordo. O PTC apoiaria Castelo em 2012 e tudo certo.

Mas Holanda tem-se mexido demais.

Quer, a todo custo, efetivar a saída do filho, o deputado federal Edivaldo Holanda Junior, do PTC justamente para o PDT. Ele seria o nome da oposição de esquerda para enfrentar o prefeito.

Por conta disso, Holanda, o pai, arrisca até perder a vaga na AL – de olho em algo maior para o filho.

O problema é que essa articulação está complicada demais – o PTC nacional ameaça tomar o mandato de Junior se ele deixar a legenda. E o parlamentar federal pode acabar continuando exatamente onde (e como) está.

O que sobraria para o pai?

Uma curtíssima saia justa perante Castelo, que vê nas movimentações do aliado uma tremenda traição.

Edivaldo Holanda Jr. e os conflitos internos do PDT

Edivaldo Jr: articulação nacional

O PDT é, sem dúvida, o partido que passa pelo maior número de conflitos internos a um ano das eleições de 2012.

Dono de nada menos que seis secretarias na administração João Castelo (PDT), o partido se vê na iminência de abandonar o projeto tucano se quiser alçar vôos maiores.

No momento, a principal articulação envolve a possível filiação do deputado federal Edivaldo Holanda Jr. (PTC). Ele seria um dos nomes para compor a lista de pré-candidatos da legenda a prefeito de São Luís.

Mas, para isso, tem feito algumas exigências.

A primeira delas é pessoal: sabedor de que o presidente estadual do PDT, Igor Lago, não está lá muito afeito à idéia de sua chegada, Holanda Jr. quer que a sua entrada no partido tenha o aval do presidente nacional, ministro Carlos Lupi (Trabalho e Emprego).

A segunda é institucional: pelo acordo, Edivaldo Holanda, o filho, sai do PTC, mas Edivaldo Holanda, o pai, permanece. E a saída daquele da Câmara dos Deputados enfraqueceria o PTC, que só tem 3 nomes em Brasília – número mínimo de deputados federais para que um partido da base aliada faça parte das reuniões com a presidenta Dilma Roussef (PT).

Sendo assim, para facilitar a saída de Edivaldo Holanda Jr. e não acioná-lo por infidelidade, o PTC requer a filiação de um deputado do PDT.

Graça Paz pode ser empecilho

Problemas

Mas não é apenas com o PTC que Edivaldo Holanda Jr. deve negociar. Segundo apurou o blog, caso seja consolidada a filiação – e a conseqüente ruptura da aliança PDT/PSDB na capital –, a deputada estadual e atual secretária de Articulação Política da Prefeitura, Graça Paz (PDT) estaria disposta a endurecer o jogo.

Renunciaria ao cargo, retomaria seu posto na Assembléia Legislativa e mandaria para casa o suplente de deputado Edivaldo Holanda, que, assim, teria que torcer para dar certo uma outra articulação (veja aqui qual), com vistas a garantir um mandato definitivo na Casa.

Assessores de Edivaldo Holanda Junior são nomeados também no gabinete do pai

Não só o deputado estadual Edivaldo Holanda (PTC) é um homem de sorte, como constatou o blog mais cedo.

Assessores parlamentares do filho, o deputado federal Edivaldo Holanda Junior (PTC), também não podem reclamar da vida.

Não é que três dos dezenove nomeados no gabinete de Edivaldo Pai na Assembléia Legislativa já são funcionários da Câmara dos Deputados no gabinete de Edivaldo Filho?

Isso mesmo.

Ao cruzar dados do Diário da Assembléia com os do Portal da Transparência da Câmara (veja imagens ao lado), o blog descobriu que Carlos Antônio Salomão Chaib, Itaney Pereira Veras e Silvana Noely de Sousa Gomes têm cargos nas duas Casas Legislativas.

Em consulta ao Portal da Transparência da Câmara minutos antes de publicar o post, restou confirmada a dupla nomeação

Na prática, os assessores teriam que pegar um vôo São Luís/Brasília todos os dias para conseguir cumprir os horários nos dois empregos.

E olha que na capital federal o rigor tem sido grande quanto ao ponto.

Outro lado

O blog entrou em contato com a assessoria de Comunicação do deputado federal Edivaldo Holanda Junior às 14h21 desta terça-feira (12) solicitando esclarecimentos e aguarda retorno.

Mesmo suplente, Edivaldo Holanda emplaca 19 assessores

O suplente de deputado estadual Edivaldo Holanda (PTC) é, definitivamente, um homem de sorte.

Relegado ao ostracismo depois de uma passagem desastrosa como líder da Oposição em 2009 e 2010, foi agraciado com uma cadeira na Assembléia Legislativa pelo prefeito João Castelo (PSDB), que levou a deputada Graça Paz (PDT) para a Secretaria de Governo.

Deu sorte.

Na última segunda-feira (11), a publicação do Diário da Assembléia revela que Holanda conseguiu, mesmo como suplente, nomear 19 – isso mesmo, DEZENOVE – assessores no seu gabinete.

Para quem não conhece a estrutura da Casa, cada deputado tem direito a isso em um gabinete: 19 cargos.

Ocorre que, quando o parlamentar é suplente, ele nomeia, no máximo, cinco assessores. O restante permanece sob a cota do titular.

Mas, sabe-se lá com que argumentos, Edivaldo Holanda convenceu Graça Paz a ceder-lhe os 19 cargos.

Homem de sorte mesmo o pastor.

Edivaldo Holanda “paz e amor”

Edivaldo será peça rara na tribuna

O suplente de deputado estadual Edivaldo Holanda (PTC) tomou posse, nesta quinta-feira (24), na Assembléia Legislativa, em substituição a Graça Paz (PDT), que foi empossada secretária de Articulação Política da Prefeitura de São Luís.

Com um discurso moderado, Holanda diz que agora é “paz e amor” – em contraposição ao Edivaldo líder da oposição, de discurso raivoso e sempre com uma denúncia contra o governo Roseana na ponta da língua.

Também pudera.

Hoje um mero suplente, Edivaldo Holanda praticamente humilhou-se para que Castelo lhe arrumasse uma vaga. A saída foi tirar Graça Paz da Casa.

Além disso, o parlamentar tem no seu histórico uma aliança com Roseana em 2006, a liderança do governo Jackson Lago já em 2007, e a participação em articulação com João Castelo em 2011.

Se não for “paz e amor” e partir para o ataque logo de cara, seu discurso não resiste dez minutos.

Flávio Dino quer “frente” disputando a prefeitura, mas tem muitos cacos a juntar

O deputado federal Flávio Dino (PC do B) declarou no Twitter, que uma frente de oposição deve ser formada para disputar as eleições de 2012 em São Luís. Segundo ele, o PC do B deve coligar com PDT, PSB, PPS, PCB, PTC, provavelmente para lançá-lo candidato contra o prefeito João Castelo (PSDB).

“A oposição deve disputar a eleição p/ prefeitura de São Luís, em uma frente formada PCdoB, PDT, PSB, PPS, PCB, PTC”, diz o comunista, concordando com recado postado pelo petista Sílvio Bembém através da rede social.

Na teoria, o plano é perfeito. O problema é a prática.

PDT, PSB e PPS estão se esfacelando em disputas internas e jogos de interesse que cada vez mais enfraquecem as legendas – vide caso Aderson Lago X Cândido Lima; ou, ainda, Marcelo Tavares/José Reinaldo X Ribamar Alves/Helena Duailibe.

O PTC, dos Edivaldos, parece mais interessado em compor com Castelo e o seu PSDB, de onde pode sair muito mais forte. Vai ser difícil convencer os trabalhistas-cristãos a aceitar coisa menor que a vaga de vice numa improvável composição.

E aí começam as velhas brigas por migalhas dentro da já combalida oposição.

Restaria ao PC do B o humilde PCB.

Mas há quem acredite na força aglutinadora do deputado. Para quem não conseguiu convencer Bira do Pindaré (PT) a ser seu vice em 2008, acho que a tarefa será difícil.

Nota do blog: post alterado às 17h47 para alterar informação. Na verdade, o tweet original é de Bembém, com o qual Flávio Dino concorda integralmente ao dar RT sem acrescentar nenhum comentário.

Edivaldo Holanda confirmado como secretário de João Castelo

Edivaldo Holanda: rindo à toa

O acordo já está fechado. Temendo a meteórica ascensão eleitoral do vereador Edivaldo Hoanda Jr. (PTC) – recém-eleito depuatdo federal com mais de 72 mil votos só em São Luís – o prefeito João Castelo (PSDB) propôs ao pai do garoto, o deputado estadual Edivaldo Holanda (PTC), uma vaga na Prefeitura.

A lógica é a seguinte: Holanda Jr. é nome forte na eleição de 2012. Se quiser, disputa o cargo de prefeito e já entra na corrida sucessória com um lastro significativo, oriundo das eleições deste ano.

Como não quer problemas, e um embate com Flávio Dino (PC do B) já pode ser desgastante por demais, Castelo seduziu o pai do vereador com a proposta de que ele seja Secretário de Governo do Município.

E ele aceitou.

A conversa foi finalizada no último fim de semana. Castelo apresentou sua proposta, e Edivaldo Holanda disse “sim” sem pestanejar.

Como não vai assumir vaga nenhuma na Assembléia Legislativa – principalmente depois da decisão do STF de que o mandato é do partido -, a proposta do prefeito caiu como uma luva para Holanda.

Ele se garante pelos próximos dois anos – com a possibilidade de estar bem pelos próximos seis – e apenas adia um sonho do filho que, aparentemente, ainda nem havia começado a ser sonhado.