A história por trás do distanciamento de Pinto Itamaraty e João Castelo

Pinto sentiu-se desprezado por Castelo

Não são de hoje os problemas do deputado federal Pinto Itamaraty (PSDB) com o prefeito João Castelo (PSDB). Tampouco se resumem a diferenças relativas às reuniões do partido.

A verdade é que, desde abril, o parlamentar anda chateado com o prefeito. Tudo por conta da malsucedida investida de Castelo com o intuito de fazer Pinto Itamaraty secretário e levar Weverton Rocha (PDT) para a Câmara dos Deputados.

Seria uma forma de garantir apoio do PDT – que já tem seis secretarias na Prefeitura, mas não garante aliança nas eleições de 2012.

O deputado veio a São Luís, acertou todos os detalhes e deixou tudo encaminhado para o acordo ser selado. Até saber que a idéia de Castelo era entregar-lhe a minúscula Secretaria de Orçamento Participativo – hoje sob o comando do pedetista Pavão Filho.

Pinto pulou fora. Como pode, agora, pular fora do próprio partido.

Castelo “viaja”: “Convidarei mais pessoas do PSB”

Por Carla Lima
De O Estado do MA

O prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), disse ter encarado com normalidade as saídas do então presidente de sua legenda, Roberto Rocha, e do ex-ministro Edson Vidigal. Ele negou que haja desavenças internas no ninho tucano, garantiu que a troca de partido faz parte da democracia e que não vai demitir os integrantes do PSB que ocupam cargos em seu governo por conta da ida de Rocha para a legenda.

“Ele [Roberto Rocha] deve ter feito isso porque tem os interesses políticos dele, assim como eu tenho os meus. A saída de Roberto Rocha do PSDB para o PSB é parte da democracia”, resignou-se Castelo.

Sobre a troca de partido de Edson Vidigal, o prefeito garantiu que não há qualquer rusga entre eles, já que são amigos. Os descontentamentos de outros dirigentes do PSDB como o ex-chefe da Casa Civil do governo de Jackson Lago, Aderson Lago, Castelo justificou que nada sabe sobre o assunto, dizendo que Aderson está afastado da política para tratamento de saúde.

Ampliar

Castelo garantiu que, além de permanecer com Othon Bastos à frente da Secretaria Municipal de Educação, ainda vai assegurar mais espaço para os socialistas em sua administração.

“Eu vou convidar mais gente do PSB para compor o governo além do professor Othon, que é um grande secretário de Educação. Eu tenho um bom relacionamento com o presidente do PSB estadual e também com o presidente nacional, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos”, garantiu o prefeito.

Oferecer mais cargos na sua gestão seria, no entender de Castelo, uma prova da amizade para com os ex-tucanos e os socialistas. Ao participar da filiação de Roberto Rocha na quinta-feira, Eduardo Campos afirmou que o objetivo do PSB é fortalecer as alianças à esquerda não só nas eleições de 2012. “O PSB não tem aliança com o governo de São Luís”, ressaltou.

“Tudo pode acontecer nos próximos 60 dias”, diz Pinto Itamaraty

Pinto: "não posso responder por Castelo"

O deputado federal Pinto Itamaraty (PSDB) deu uma resposta nada ortodoxa, na última quinta-feira (28), durante o ato de filiação de Roberto Rocha ao PSB, quando perguntado se ele também pode deixar o tucanato maranhense.

Pinto disse que “tudo pode acontecer nos próximos 60 dias”.

“Eu trabalho para fortalecer o partido, mas tudo pode acontecer nos próximos 60 dias”, declarou.

Por “fortalecer o partido”, entenda-se a articulação de reuniões entre as principais lideranças do PSDB no estado com vistas a preencher a lacuna aberta com a saída de Roberto Rocha, que era presidente do Diretório Estadual.

Um encontro com esse fim já foi agendado para o dia 5 de agosto. Pinto informou que já conversou sobre isso com o presidente do Diretório Nacional, o também deputado federal Sérgio Guerra, com o colega de Câmara dos Deputados Carlos Brandão e com o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira.

Mas, e Castelo?

“Não posso responder por Castelo”, disparou. “Desde a eleição de 2010 o partido não se reúne, mas tem que reunir para discutir as coisas, porque, quem está descontente sai, quem está contente fica. Se eu fosse o Roberto Rocha faria a mesa coisa [deixaria o partido]”, completou.

Vem mais coisa por aí…

Roseana Sarney sobre ausência de João Castelo no lançamento da Via Expressa: “Problema é dele!”

A governadora Roseana Sarney (PMDB) mandou um recado direto para o prefeito João Castelo (PSDB), na manhã desta sexta-feira (22), durante a solenidade de lançamento da Via Expressa.

Castelo foi convidado para o evento mas não compareceu e parece ainda inclinado a dificultar ao máximo a liberação da licença de uso e ocupação do solo.

“Problema é dele!”, disse a governadora, segundo revelou o blog do Jorge Aragão.

Para a peemedebista, a obra é um presente do Governo do Estado para São Luís. “Uma obra importante, que vai não só desafogar o trânsito, mas dar uma melhor qualidade vida para o nosso povo”, completou.

Abre o olho, Castelo!

Castelistas do PDT já admitem rompimento

Ivaldo: aliança foi em 2008

Do blog do Marco D’Eça

Os simpatizantes da manutenção da aliança com o prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), mudaram o discurso no PDT, desde a vinda do presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, ao Maranhão, semana passada.

Ainda no dia da visita de Lupi, o vice-líder do governo municipal na Câmara, Ivaldo Rodrigues (PDT) já admitia que todos os castelistas irão seguir a posição do partido assim que ela for tomada.

“Temos que entender que a presença do PDT na prefeitura é fruto de acordo das eleições de 2008. Para as eleições de 2012, este acordo ainda terá que ser discutido. E o partido pode, inclusive, não querer acordo”, revelou Rodrigues ao blog, durante a passagem do ministro pelo Sistema Mirante.

Continue lendo aqui.

PRB também pode deixar administração Castelo

Verde: o próximo a desembarcar

Já não bastasse o distanciamento do PPS, do PDT, do PTC e do PSB, o prefeito João Castelo (PSDB) pode ter mais uma baixa na sua base de apoio nos próximos dias.

O deputado federal Cléber Verde (PRB) pode ser o próximo a desembarcar da nau castelista devido à falta de prestígio na administração municipal.

Verde é o padrinho político do ex-secretário de Esportes e Lazer Franklin Dayvidson, que deixou o cargo numa transação de Castelo para contemplar o presidente da Câmara Municipal, Isaías Pereirinha (PSL). O indicado do presidente foi Raimundo Goiabeira, que mantém-se no posto até hoje.

Ocorre que a saída de Dayvidson seria compensada mais tarde – pelo menos esse era o acordo –, com a indicação de um aliado de Cléber Verde para outro posto de primeiro escalão. O que não aconteceu.

O deputado chegou a São Luís na última terça-feira (19). Ele garante aos mais próximos que dará um ultimato ao prefeito. Ou PRB está fora da núcleo de apoio ao tucano.

Melhor caminho para Tadeu Palácio é o PR

Tadeu: fora dos planos do governo

Uma coisa já é certa: por mais que ainda tenha bom cacife eleitoral em São Luís, o ex-prefeito Tadeu Palácio (PMDB) não tem a mínima chance de ser o candidato do grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB) em 2012.

Há muitas restrições a ele, vindas, principalmente, do núcleo duro do Palácio dos Leões.

Não obstante, Tadeu aparece bem posicionado em todas as pesquisas já realizadas de ambos os lados. Sempre acima da casa dos 20%. Número considerável.

Mas, se quiser fazer valer essa força e esses números nas urnas, deve procurar novo rumo. E o melhor caminho seria o PR, esfacelado em nível nacional, é verdade, mas que tem nomes de respeito na capital – Jota Pinto como principal deles – e já anunciou que quer entrar na disputa com candidato próprio.

Ocorre que Tadeu nutre um receio estranho: não quer sair do grupo no qual entrou recentemente para não ser visto como traidor. E, por isso, pode acabar no ostracismo, mesmo sendo um dos principais nomes para contrapor o prefeito João Castelo (PSDB).

Vá entender…

Edivaldo Holanda Junior, o coringa

Se tem um nome que soa leve em todas as correntes políticas da capital atualmente é o do deputado federal Edivaldo Holanda Junior (PTC).

Ex-vereador e dono de uma votação extraordinária na capital nas eleições de 2010 – foram mais de 72 mil votos só em São Luís –, Edivaldo Junior pode acabar se cacifando para vôos mais altos.

A lógica não é tão simples, mas viável.

O que ocorre é que o PDT parece estar, de fato, debandando da aliança (?) com o prefeito João Castelo (PSDB) – e Carlos Lupi (PDT) está aí para provar que o assunto é mais sério do que imaginavam alguns tucanos.

De outro lado, o PC do B não parece mesmo muito disposto a “queimar um cartucho” de Flávio Dino em 2012. No PSB, a dúvida é se a legenda tem força – e fôlego – para entrar na disputa com candidatura própria, visto que já parece claro que a nomeação de Othon Bastos para a Educação não significou mesmo apoio institucional da legenda ao prefeito.

No PPS, há a possível candidatura de Eliziane, que tem soado mais como uma tentativa de evitar que o partido caia nas mãos do prefeito. Se houver alternativa, a deputada não se candidata.

Na base aliada à governadora Roseana Sarney (PMDB) ainda não surgiu um nome que possa de fato levar a bandeira do grupo numa eventual disputa.

E é por reunir características que contemplam os anseios de toda essa turma que Edivaldo Holanda Junior pode acabar transformando-se em via natural para derrotar o tucanato que comanda a Prefeitura de São Luís.

Já há grupos – tanto no Governo do Estado, quanto na oposição – que apóiam abertamente a idéia. Basta ele se interessar mais pelo assunto.

IPTU: Roberto Costa repercute revelação do blog sobre ataque de Castelo a desembargadores

Roberto Costa: a favor da população

O deputado estadual Roberto Costa (PMDB) repercutiu, na sessão desta quinta-feira (14), a revelação do blog de que o prefeito João Castelo (PSDB) acusou os desembargadores de ter votado pela suspensão do IPTU 2011 apenas por fazer parte das “parcelas mais abastadas da população”.

Costa citou o trecho em que o blog publicou a argumentação usada na reclamação da Prefeitura ao STF.

“É isto o que pretende-se (sic!) promover no Maranhão, conforme bem colocou a desembargadora Raimunda Bezerra: as parcelas mais abastadas da população recusam-se a contribuir com o pagamento do tributo municipal, […], ou seja, pretende-se manter a cobrança em patamar defasado, caduco, fazendo-se com que a cobrança somente venha a atingir as camadas mais desvalidas da população”, diz o texto da ação protocolada no Supremo, lembrando declarações da desembargadora no julgamento da Adin no TJ.

Roberto Costa contestou os argumentos e lembrou o caso do IPTU da senhora Hilda Sá Cavalcante, moradora do Parque Vitória, que teve um aumento de quase 500% em seu IPTU.

“O prefeito tenta passar a imagem de que só os ricos foram prejudicados. Mas não foi isso que vimos por toda cidade, quando ouvimos inúmeras reclamações dos contribuintes lesados”, disse o deputado.

Castelo: desembargadores votaram contra IPTU por fazer parte das “parcelas mais abastadas da população”

TJ decidiu pela suspensão do IPTU por 15 a 3

O prefeito João Castelo (PSDB) vai acumulando deslizes no processo em que luta para manter a cobrança do IPTU 2011 em São Luís.

Após ter perdido a causa liminarmente no T J e no STF – que mandaram suspender a cobrança até julgamento do mérito -, o tucano recorreu ao próprio STF, com uma reclamação ao presidente da Corte, ministro Cezar Peluso.

Peluso disse que não era com ele e mandou distribuir o processo, agora a cargo do ministro Carlo Ayres Brito.

O que mais chama a atenção na reclamação, no entanto, são os argumentos da Prefeitura para derrubar a decisão do TJ. Segundo Castelo, foi por fazer parte das “parcelas mais abastadas da população” que os desembargadores votaram a favor da suspensão da cobrança.

“É isto o que pretende-se (sic!) promover no Maranhão, conforme bem colocou a desembargadora Raimunda Bezerra: as parcelas mais abastadas da população recusam-se a contribuir com o pagamento do tributo municipal, […], ou seja, pretende-se manter a cobrança em patamar defasado, caduco, fazendo-se com que a cobrança somente venha a atingir as camadas mais desvalidas da população”, diz o texto da ação protocolada no Supremo, lembrando declarações da desembargadora no julgamento da Adin no TJ.

“Esse levante só está acontecendo porque o aumento do IPTU atinge a classe mais agraciada, os ricos e os poderosos. Se fossem só os pobres os atingidos, não estaríamos aqui em sessão extraordinária”, votou Raimunda Bezerra à época.

A intenção da Prefeitura, ao alegar isso, é justamente levantar suspeitas sobre o julgamento no Tribunal maranhense. E isso fica claro em outras passagens da reclamação.

Como essas a seguir:

– “Resta patente na decisão reclamada indevido uso de argumentos jurídicos impertinentes que não guardam a menor consonância com a matéria jurídica tratada nos autos, demonstrando desmedida incompreensão do papel da Planta Genérica de Valores”; e

– “A municipalidade suscitou a impropriedade do uso da ADI para o caso, contudo sem demover os julgadores de dar amparo a algo que francamente, desde o nascedouro, não merece qualquer guarida”.

Ataque à imprensa

Mas as acusações do Município não param por aí. Em dado momento, a “metralhadora giratória” do tucanato ludovicense volta-se para a própria imprensa, a quem acusa de “exagerado alarde” sobre a causa.

“Contudo, o procedimento sugerido e as censuras opostas na decisão reclamada à Lei nº 3.392/2010, motivo de exagerado alarde pela imprensa maranhense, não tem qualquer amparo no ordenamento jurídico, nem muito menos na jurisprudência abalizada do Supremo Tribunal Federal”, completa.

No trecho mais lúcido da peça, a defesa da Prefeitura tentar sensibilizar os ministros do STF chamando a atenção para a perda de receita, caso seja mantida a cobrança do IPTU de acordo com PGV de 2010. Segundo o Município, as perdas chegariam a R$ 188 milhões.

Mas isso acabou virando detalhes em meio a tantas acusações infundadas.