Sindicato diz que mantém agenda de mobilização
O secretário de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA), professor Júlio Guterres, afirmou na tarde desta quinta-feira (17), que a categoria foi surpreendida pela notícia da decisão do desembargador Marcelo Carvalho, que considerou ilegal a greve dos professores do estado.
Ele criticou o posicionamento do Governo do Estado e do magistrado, mas disse que o Sindicato ainda não foi notificado oficialmente da decisão.
“Fomos surpreendidos pela notícia dessa decisão ao final da passeata desta manhã. O governo passa para a sociedade a questão da greve em uma linguagem amena, mas a ação prática é confrontação e vem através de decisões como essa”, disparou.
Segundo o representante do SINPROESEMMA, enquanto não houver comunicação formal, a classe mantém a paralisação.
“Decisão judicial a gente cumpre. Mas ainda não fomos notificados oficialmente e, portanto, a greve continua. A decisão só passa a viger depois que formos notificados”, explicou.
Julio Guterres adiantou que está prevista para a próxima quarta-feira (23) uma Assembléia Geral em São Luís Nos municípios, as assembléias regionalizadas devem ocorrer dia 24. “Vamos discutir esse novo momento”, declarou.
Nota
Ainda nesta quinta-feira o SINPROESEMMA lançou nota oficial reafirmando a continuidade do movimento. Confira a íntegra do documento.
NOTA OFICIAL
Diante de notícias informando que o desembargador Marcelo Carvalho determinou a abusividade da greve dos educadores públicos do Maranhão, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma) vem a público para:
1-Informar que oficialmente a entidade não foi notificada da decisão judicial e, assim sendo, a greve continua sem prejuízo para os profissionais da educação;
2-Comunicar que em última instância quem decidirá a continuidade ou interrupção do movimento grevista é a categoria reunida em assembleia geral, como determinam o Estatuto desta entidade, e que estas serão realizadas entre os dias 23 e 25 deste mês;
3-Relembrar que o direito à greve está previsto na Constituição Federal e que o Sinproesemma buscará o caminho da Justiça para reverter a decisão dada em caráter liminar (provisória) e de forma monocrática;
4-Reafirmar a legitimidade do nosso movimento paredista, pois desde 2009, nós, educadores (professores, especialistas e funcionários de escolas), estamos empenhados na definição, aprovação e aplicação do Estatuto do Educador, necessário ao reconhecimento e valorização do profissional, que pode dar ao ensino público a qualidade que a sociedade maranhense exige e paga por ela.
5-Afirmar que buscar na Justiça a decretação da abusividade de nossa greve é mais uma demonstração de que o governo Roseana Sarney (PMDB/PT) não está interessado nem no diálogo nem na solução dos problemas da educação pública, pois busca o confronto com os educadores, foge do debate na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, impede a realização de audiência pública sobre a questão e se escora em caríssima e mentirosa campanha de mídia;
6-Reafirmar que os educadores e educadoras maranhenses, representados pelo Sinproesemma, estão abertos à negociação e ao diálogo, mas não recuarão diante das ameaças, chantagens e repressão vindas do governo do Estado e continuarão em greve até que o Poder Executivo se disponha a negociar e atender as reivindicações dos trabalhadores.
Educação pública de qualidade só com o estatuto aprovado e o educador valorizado.
A greve continua! Estatuto já!
São Luís, 17 de março de 2011
Sinproesemma