O TJ e as duas correntes que decidirão a criação (ou não) de municípios no MA

O Tribunal de Justiça tem dois caminhos distintos a seguir quando do julgamento da Adin proposta pela Seccional Maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA) contra a Resolução 618/2011, da Assembléia Legislativa, que Regulamenta as competências do Legislativo sobre os estudos de viabilidade para a criação de municípios no Estado do Maranhão.

Na ação, a OAB lembra que a criação de municípios ainda depende de lei complementar federal e, por isso, sustenta que é inconstitucional a resolução baixada pela AL.

“Apesar de já ultrapassados quase quinze anos da promulgação da EC n° 15/96 à Constituição da República, o Congresso Nacional jamais aprovou a referida lei complementar federal. […] No julgamento de ações contra as leis estaduais que criaram os municípios, o STF também declarou a inconstitucionalidade de tais normas, exatamente porque editadas em momento que faltante a lei complementar federal”, diz o texto da ação.

E é justamente nesse ponto que está a “bifurcação jurídica” que pode levar o TJ a decidir tanto a favor, contra a resolução.

Se analisar a letra fria da lei, a Adin não vinga. Isso porque, a bem da verdade, inconstitucional seria, neste momento, a criação de municípios. Mas a resolução da AL não cria nenhum deles, apenas estipula regras para tal. Do ponto de vista da letra da lei, portanto, não há inconstitucionalidade.

Mas há o aspecto prático, que também pode ser levado em consideração. Se não cria municípios, a resolução faz o que se esperava que uma lei complementar federal o fizesse. E é essa usurpação – por assim dizer – de uma competência do Congresso que pode ser considerada pelo Judiciário local para declarar a inconstitucionalidade da medida.

Está tudo nas mãos dos desembargadores, agora.

Município Governadora Roseana Sarney vira Ferronópolis

Eduardo Braide defendeu mudança de nome

Não durou muito tempo o devaneio de lideranças comunitárias de Zé Doca de transformar o povoado Ferro Velho em município com o nome de Governadora Roseana Sarney.

A proposta de emancipação foi assinada pelos deputados Eduardo Braide (PMN) e Francisca Primo (PT).

Em post anterior, este blog criticou a atuação dos dois parlamentares, por encabeçarem o que aqui foi chamado de puxa-saquismo.

A proposta de nomear o povoado homenageando a governadora não partiu deles, garante Braide. “Nós já recebemos a proposta pronta e apenas assinamos. Quando vi o nome, alertei as lideranças de que era ilegal, mas demos entrada mesmo assim para não perder o prazo”, explicou.

Segundo ele, após protocolar o pedido, as lideranças foram orientadas a modificar o nome. O que já foi feito.

“Puxa-saquismo” tem limites, deputados!

São uma verdadeira aula de “puxa-saquismo” alguns dos nomes propostos para os povoados que pretendem se emancipar no Maranhão.

No total, a Assembléia Legislativa já recebeu 126 propostas. O prazo para recebimento dos pedidos expirou no último sábado (11).

Como a emancipação é inconstitucional – porque depende de lei complementar federal e porque a criação de novos municípios deve ser regulamentada por lei, não por resolução -, a matéria já foi questionada pela Seccional Maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA). Sendo assim, os exemplos ficarão apenas marcados no já vasto no anedotário político local.

É o caso, por exemplo, do município Governadora Roseana Sarney. Pra quê isso?

Será que os deputados Eduardo Braide (PMN) e Francisca Primo (PT) não sabem que é ilegal usar nomes de pessoas vivas para nomear coisas públicas? Pior: será que acham mesmo que precisam disso para reafirmar seu apoio à governadora?

Acho que não e tenho certeza de que a governadora está constrangida com tudo isso.

Outro exemplo: o deputado Neto Evangelista (PSDB) quer homenagear o pai, o já falecido João Evangelista, dando seu nome a um povoado desmembrado de Zé Doca.

Aqui, nada de ilegal. O ex-deputado seria lembrado in-memoriam. Mas não seria o caso, pelo menos, de pedir que outro deputado fizesse o pedido, para não deixar tão claro a utilização pessoal de uma prerrogativa tão importante?

Um caso a pensar.

Veja abaixo de onde pretendem ser desmembrados e quem propôs a criação de municípios apenas para agradar aliados.

Deputado João Evangelista
Zé Doca
Neto Evangelista (PSDB)

Deputado Mercial Arruda
Formosa da Serra Negra
Lideranças comunitárias

Governadora Roseana Sarney
Santa Luzia
Eduardo Braide (PMN) e Francisca Primo (PT)

Presidente Lula
Balsas
Stênio Rezende (PMDB)

Senador João Alberto
Bom Jardim
Hemetério Weba (PV) e Roberto Costa (PMDB)

OAB-MA protocola Adin contra criação de municípios

A Seccional Maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA) protocolou, nesta sexta-feira (10), Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Tribunal de Justiça contra a Resolução 618/2011, da Assembléia Legislativa, que Regulamenta as competências do Legislativo no que tange aos estudos de viabilidade para a criação de municípios no Estado do Maranhão.

Na ação, que tem 15 páginas, a OAB lembra que a criação de municípios ainda depende de lei complementar federal e, por isso, sustenta que é inconstitucional a resolução baixada pela AL.

“Apesar de já ultrapassados quase quinze anos da promulgação da EC n° 15/96 à Constituição da República, o Congresso Nacional jamais aprovou a referida lei complementar federal. […] No julgamento de ações contra as leis estaduais que criaram os municípios, o STF também declarou a inconstitucionalidade de tais normas, exatamente porque editadas em momento que faltante a lei complementar federal”, diz o texto da ação.

Além da declaração de inconstitucionalidade, a Ordem pede ao TJ que conceda medida para suspender, imediatamente, os efeito da resolução legislativa.

“Diante do exposto, requer seja concedida medida cautelar na presente ADI, para suspender a eficácia do inteiro conteúdo da Resolução Legislativa n° 618/2011 da ALEMA, o fazendo nos termos do art. 355 do Regimento Interno deste eg. TJ/MA”, conclui a ação (veja a íntegra do documento aqui).

Prazo

Termina às 18h do próximo sábado (11) o prazo dado pela Assembléia Legislativa para que sejam protocolados pedidos de criação de municípios. Segundo o presidente Arnaldo Melo (PMDB), apesar de ser um sábado, o protocolo ficará aberto até expirar o prazo.

“Por se tratar de um sábado, determinei que o protocolo fique aberto até as 18h aguardando os pedidos”, explicou.

Cerca de 117 povoados já haviam dado entrada nos processos de emancipação até o início da tarde de hoje. Se aprovados pela AL, devem, agora, aguardar a decisão judicial sobre o caso.

Roberto Costa e Maria do Amparo frente e frente na AL, de novo

Deve pegar fogo a audiência pública desta quinta-feira (9), convocada pela deputada estadual Gardênia Castelo (PSDB) para discutir os projetos do Corredor Urbano, da Prefeitura de São Luís, e da Avenida Metropolitana, do Governo do Estado. O evento acontece a partir das 15h, na Assembléia Legislativa.

Isso porque estarão frente a frente, de novo, o deputado estadual Roberto Costa (PMDB) e a secretária de Planejamento do Município, Maria do Amparo.

Costa defenderá a viabilidade da Metropolitana; Amparo, o Corredor Urbano.

Deve sair faísca.

Para quem não lembra, Maria do Amparo é a mesma que foi chamada pelo deputado de “A Louca do IPTU”, após o ataque de nervos que teve na mesma Assembléia devido ao cancelamento de uma audiência pública sobre o imposto.

Na ocasião, Roberto Costa por pouco também não perdeu as estribeiras.

A tarde promete.

Adiado almoço de Roseana com deputados

Bancada governista está sem comando

Foi adiado – ainda sem nova data definida – o almoço que aconteceria nesta quinta-feira (9) entre a governadora Roseana Sarney (PMDB) e os deputados da base aliada.

Na reunião, esperava-se que fossem aparadas algumas arestas surgidas nas últimas semanas, principalmente após os ataques do líder do governo, deputado Manoel Ribeiro (PTB), ao secretário de Planejamento, Fábio Gondim.

Na conversa, a governadora também trataria do posicionamento da bancada em relação ao projeto do deputado Rubens Junior (PC do B) acabando com a exclusividade do Banco do Brasil na concessão de crédito consignado aos servidores estaduais.

A exclusividade vale até o fim deste ano.

Com o adiamento, é bem provável que a bancada, nitidamente sem comando, vote a matéria na base do “cada um por si”.

Manoel Ribeiro ainda quer briga?

Manoel Ribeiro deu parecer favorável

O deputado Manoel Ribeiro (PTB) ainda não baixou a guarda no confronto com o Governo do Estado. Nesta terça-feira (7), em reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Assembléia Legislativa, deu mais uma amostra de que pretende levar a desavença adiante.

Como relator do projeto de Decreto Legislativo apresentado pelo deputado Rubens Junior (PC do B) para sustar os efeitos de uma cláusula do contrato entre o Estado e o Banco do Brasil garantindo à instituição financeira exclusividade na concessão de crédito consignado aos servidores estaduais, Manoel Ribeiro deu parecer favorável à matéria.

A atitude foi encarada pelos governistas como mais um ato de rebeldia do petebista, já que a orientação do governo é para que seja mantida a exclusividade contratual.

Para contornar a situação e evitar votação em plenário já nesta quarta-feira (8), o deputado Rogério Cafeteira (PMN) pediu vistas do projeto.

Proposta interessante

A verdade é que o deputado Manoel Ribeiro sabe onde está pisando. Apesar da determinação do Palácio dos Leões para que a proposta do deputado Rubens Junior não passe em plenário, nenhum dos deputados já ouvido por este blog sobre assunto nega que ela seja interessante.

“Principalmente porque atende ao anseio da maioria dos servidores”, contou um dos parlamentares governistas, nesta terça-feira.

E é jogando com a oposição e com os interesses pessoais e eleitorais de cada um dos colegas de parlamento que Ribeiro pretende emplacar uma derrota ao governo.

Encontro

Apesar da iminente perda da liderança por conta dos atos de rebeldia, Manoel Ribeiro conseguiu articular uma um encontro com a governadora Roseana Sarney (PMDB) no fim da manhã.

Mas não foi a governadora quem o convidou para uma conversa no Palácio dos Leões. Segundo apurou o blog, a reunião foi costurada pelo deputado Tatá Milhomem (DEM) e pelo secretário de Saúde, Ricardo Murad.

Manoel prometeu diminuir a intensidade dos ataques contra Fábio Gondim – estopim da crise -, mas não garantiu retirar as emendas à LDO, tampouco mudar seu voto na CCJ sobre a exclusividade do BB no caso do crédito consignado.

De outro lado, Roseana não deu certeza de que manterá Manoel na liderança do governo da Assembléia Legislativa.

Prefeitura pressiona empresas para que não publiquem campanha contra o IPTU em outdoors

O deputado Roberto Costa (PMDB) denunciou, nesta terça-feira (7), da Tribuna da Assembléia, que a Prefeitura de São Luís está ameaçando suspender os alvarás de funcionamento das empresas exibidoras de outdoor que veicularem uma campanha promovida por ele sobre o fim da cobrança do IPTU 2011 em São Luís.

Os outdoors teriam as mesmas inscrições de panfletos produzidos pelo gabinete do deputado (veja acima). O material já circula na cidade desde a última segunda-feira (6).

Segundo Costa, as ameaças às empresas foram feitas por Osmar Gerude, superintendente de Obras da Prefeitura. Ainda segundo o deputado, a ordem teria partido do secretário de Comunicação, Edwin Jinkins.

“Eu queria saber se existe alguma ilegalidade nesse panfleto. Porque eu mandei fazer 15 placas de outdoor e a Prefeitura de São Luís mandou retirar todos meus outdoors, através do senhor Osmar Gerude, superintendente de Obras da Prefeitura de São Luís, a mando, segundo ele do seu Edwin [Jinkins], secretário de Comunicação da Prefeitura, ameaçando se não retirassem, a suspensão do alvará dele de funcionamento”, declarou o deputado.

Para Roberto Costa, o comportamento do prefeito João Castelo (PSDB) já não “cabe mais” numa cidade como São Luís.

“Ele tem que entender que a época de se bater em estudante foi em 1979, isso já se superou, esse tipo de comportamento do prefeito não cabe mais numa cidade como essa”, disse.

Outro lado

O blog já entrou em contato com a Prefeitura de São Luís e aguarda retorno.

Manoel Ribeiro de olho em 2013

Engana-se quem pensa que é meramente por liberação de emendas que o deputado Manoel Ribeiro (PTB) tem levado a cabo, desde a semana passada, uma pesada campanha de críticas ao secretário de Planejamento do Estado, Fábio Gondim.

Manoel Ribeiro, na verdade, joga para a platéia. Para o eleitor.

Mas não o eleitor comum e, sim, seus pares, eleitores do novo presidente da Assembléia Legislativa em fevereiro de 2013.

Isso mesmo. É essa a platéia que o petebista tenta seduzir.

E é por isso que briga com a própria governadora Roseana Sarney (PMDB), exigindo mais autonomia para o Legislativo.

Nesse jogo, há quem pense que o deputado esteja perdendo – justamente porque pode ser apeado da liderança do governo na Casa, isso se não entregar o posto antes.

No entanto, ao mostrar certa “independência”, Manoel pensa estar seduzindo os colegas, passando-lhes a imagem de homem leal ao parlamento apesar da posição sabidamente governista.

Isso pesa na escolha de um presidente, não se pode negar.

Novo líder

Fontes do blog garantem que, desde que Manoel Ribeiro declarou guerra a Gondim, assunto recorrente no Palácio dos Leões tem sido a substituição do líder do governo na Casa.

Apesar de não haver certeza da substituição, nomes têm sido sugeridos à governadora. Os dois mais cotados são Tatá Milhomem (DEM) e Roberto Costa (PMDB).

O primeiro, suplente, não deve aceitar a indicação. Roberto Costa declarou ao blog que não tratou do assunto com a governadora. “Já estive com ela depois da confusão, mas, até em respeito ao Manoel, nem tratei desse assunto”, explicou.

Assumir a liderança pode ser, para Roberto, a salvação da lavoura, já que ele não se mostra nem um pouco inclinado a assumir de fato a Secretaria de Juventude.

Manoel Ribeiro volta à carga

Manoel apresentou emenda

Nem mesmo uma conversa amigável na tarde da última quarta-feira (1º) serviu para arrefecer os ânimos. O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Manoel Ribeiro (PTB), manteve a guarda alta, nesta quinta-feira (2), e apresentou, como havia prometido, proposta de emenda ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012.

Pela emenda, fica estabelecida mais autonomia aos Poderes
Legislativo e Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado (TCE), para planejarem a execução do próprio orçamento anual.

Segundo Ribeiro, essa autonomia havia sido retirada por obra do secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão, Fábio Gondim, que nega (reveja).

Em entrevista à Rádio Mirante AM, ele reafirmou as críticas ao, agora, desafeto, e disse que, se for da vontade da governadora Roseana Sarney (PMDB), que lhe tire da posição de líder.

“Não pedi para ser líder. Defendo o governo porque sou do grupo”, disse.

O clima ainda está tenso na base.