A rivalidade PT X PSDB estende-se em nível nacional há mais de 20 anos. No Maranhão – por uma dessas razões que tornam o nosso estado diferenciado politicamente –, as legendas caminham juntas desde o fim do governo José Reinaldo (PSB).
Ano passado, entretanto, a ala que mantém a tradição nacional conseguiu desvencilhar-se dos tucanos e elegeu o vice-governador Washingotn Oliveira (PT) numa composição com a governadora Roseana Sarney (PMDB).
Imaginavam ter conseguido o prestígio de que precisavam para entrar com força nas eleições de 2012 em São Luís.
Mas estão preocupados.
A aproximação da governadora com o prefeito João Castelo (PSDB) durante o carnaval, por mais que seja puramente institucional – ou ainda que não vingue na prática no restante do ano –, acendeu uma luz amarela no bunker petista, que teme uma “traição”.
Entre os caciques da corrente roseanista do PT – representados, majoritariamente, pelo coletivo Sempre PT – a lógica é clara: uma parceria institucional pode muito bem acabar como um acordo político eleitoral.
E um acordo Roseana X Castelo – ou PMDB X PSDB – praticamente selaria as chances de o Partido dos Trabalhadores entrar compondo uma chapa forte para a Prefeitura.
Principalmente quando se avaliam nomes. Também há quase 20 anos, os mandatários da legenda são os mesmos: Washington, Monteiro, Augusto Lobato, Fernando Magalhães…
O único nome novo e forte dos últimos tempos é o deputado estadual Bira do Pindaré. Mas este está sumariamente descartado de uma possível composição PMDB-PT por conta do seu posicionamento anti-roseanista claro.
Surge então o também deputado estadual Zé Carlos. É ainda um sonho, mas já ventilado entre o coletivo. O problema é que, afora a sua eleição – sua maior proeza política até hoje -, o deputado tem pouco cacife eleitoral na capital. E isso conta ponto contra, quando o assunto é uma disputa contra Castelo.
A verdade é que, ainda sem rumo depois de um duro golpe durante o carnaval, o PT ainda treme…