IPTU: Promotor critica demora do MP em oferecer denúncia contra a Prefeitutra

José Osmar: MP diminuído

O promotor José Osmar Alves, titular da 20ª Promotoria de Defesa da Ordem Tributária e Econômica, lamentou, nesta sexta-feira (27), o fato de ter sido da OAB a ação que culminou com a suspensão liminar da cobrança do IPTU 2011 em São Luís, mesmo ele tendo oferecido representação contra a Lei do IPTU e o Código Tributário do Município desde o dia 3 de maio.

Segundo ele, essa situação “diminui cada vez mais o Ministério Público”.

“Eu lamento muito que o Ministério Público tenha chegado a esse ponto. A sociedade toda esperando uma resposta nossa; eu fui cobrado durante três meses pela imprensa, por todo mundo e me calei. Fiquei aguardando uma resposta da Procuradoria e ela não deu essa resposta à sociedade. É uma situação que diminui cada vez mais o Ministério Público. Eu, como membro do MP, estou decepcionado com a atual direção da nossa instituição”, desabafou o promotor, segundo nota da Associação do Ministério Público do estado do Maranhão (AMPEM).

A procuradora-geral de Justiça do Maranhão, Fátima Travassos, está em Fortaleza.

Secretários da Prefeitura armam “barraco” na Assembléia

Sururu formado na Assembléia Legislativa! Secretários da Prefeitura de São Luís, comandados pela secretária Maria do Amparo (Planejamento) tentaram agredir o deputado Roberto Costa (PMDB) e seus assessores por conta do cancelamento da audiência pública que seria realizada hoje para discutir a fraude no IPTU 2011.

Como o TJ decidiu pela suspensão da cobrança, o peemedebista resolveu suspender a reunião.

Mas a Prefeitura estava lá em peso. E houve muita confusão. Amparo partiu pra cima da assessora de imprensa do deputado, que está grávida. Ela também tentou forçar o radialista Jorge Aragão, da Mirante AM a entrevistá-la. Ouviu um sonoro “não”.

Outros asseclas tentaram agredir Ruy Pires, adjunto na Secretaria de Juventude. Roberto Costa se envolveu. Chamou a secretária de fraudadora. “A senhora me respeite porque eu sou deputado e nós estamos na Assembléia Legislativa, não na Prefeitura”, disse, depois de Maria do Amparo o ter chamado de mentiroso.

Até o presidente da Câmara, Isaías Pereirinha (PSL), entrou na confusão. “Tu não passas de um office-boy de senador”, disparou.

Além dos secretário e vereadores, ônibus com populares arregimentados pelos aliados do prefeito João Castelo (PSDB) foram levados para o local. Curioso é que, até antes da decisão de ontem, estava a maior dificuldade para se conseguir secretários e técnicos do Município para participar da audiência.

Post atualizado às 12h22

Audiência pública sobre o IPTU cancelada

O deputado Roberto Costa (PMDB) decidiu cancelar a audiência pública que seria realizada hoje, a partir das 9h, na Assembléia Legislativa, para debater o IPTU 2011 de São Luís.

Aconselhado por alguns colegas ainda na noite de ontem (26), o peemedebista convenceu-se de que o eventou “esvaziou-se” depois que o Tribunal de Justiça suspendeu, liminarmente, a cobrança do imposto.

“Não há mais o que ser discutido.Insistir na audiência seria debater um tema esgotado, sem contar que daria margem ao discurso da Prefeitura de que eu estou usando o assunto politicamente. Não é essa a minha intenção, por isso a audiência foi cancelada”, explicou Costa ao blog ainda na noite de quinta-feira.

“Vitória é da sociedade”, diz Roberto Costa sobre suspensão da cobrança do IPTU

Roberto Costa: 2ª vitória

O deputado Roberto Costa (PMDB) era uma dos mais entusiasmados, nesta quinta-feira (26), depois que o Tribunal de Justiça confirmou, por 15 votos a 3, a suspensão da cobrança do IPTU 2011 em São Luís.

Em contato com o blog por telefone logo após a sessão, que acompanhou desde o início, o peemedebista exaltou o posicionamento da Corte e atribuiu à pressão popular o desfecho da luta contra a abusividade da cobrança.

“Isso é o que podemos chamar de uma vitória da sociedade. Foi o clamor popular, aliado à atuação centrada e hábil da Justiça que possibilitou esse desfecho”, disse.

Roberto Costa foi quem primeiro acionou a Justiça contra a cobrança do IPTU depois que o promotor José Osmar Dias, respondendo pela Promotoria de Justiça da Defesa da Ordem Tributária e Econômica, encaminhou representação à Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) solicitando a declaração de inconstitucionalidade da nova Lei do IPTU e do Código Tributário do Município.

Em menos de um mês, Costa deu entrada em ações no próprio Ministério Público, na 2ª Vara da Fazenda Pública e provocou a OAB a entrar com a Adin que acaba de suspender a cobrança liminarmente.

Tribunal de Justiça suspende cobrança do IPTU 2011

Pleno decidiu pela suspensão por 15 a 3

19h15 – O Tribunal de Justiça do Maranhão acatou por maioria, nesta quinta-feira (26), Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Maranhão (OAB-MA) e decidiu pela suspensão da cobrança do IPTU 2011 em São Luís, provisoriamente, até julgamento do mérito da questão.

O relator da matéria, desembargador Benedito Belo, foi acompanhado por outros 14 colegas.

Em seu relatório, ele determinou a suspensão imediata da cobrança e facultou à Prefeitura o direito de cobrar o imposto pela tabela do ano passado, emitindo novos boletos.

“Defiro a Medida Cautelar, para que a Prefeitura de São Luís suspenda imediatamente a cobrança do IPTU 2011 até o julgamento do mérito da ação. E faculto à Prefeitura a decisão de cobrar com base na tabela anterior [2010]”, decidiu.

O desembargador Antonio Bayma acompanhou o voto do relator e criticou o que chamou de “fome voraz” da Prefeitura pelo dinheiro do contribuinte. Segundo ele, a majoração da Planta Genérica de Valores (PGV) que serve como base de cálculo do imposto deveu-se a especulação imobiliária.

“A inconstitucionalidade desta lei se sente a quilômetros de distância e reflete a fome voraz pelo dinheiro do contribuinte. A majoração do imposto é absurda e abusiva porque embasada em uma volátil e irreal especulação imobiliária”, completou.

Votaram a favor da suspensão da cobrança os desembargadores Benedito Belo, Antonio Bayma, Lourival Serejo, Raimundo Nonato Souza, Raimundo Melo, José Bernardo, Raimundo Cutrim, Maria da Graça Mendes, Anildes Cruz, Nelma Sarney, José Luís Oliveira, Jaime Ferreira Araújo, José Joaquim Figueiredo dos Anjos, Cleones Cunha e Cleonice Freire.

Votos contrários

A desembargadora Raimunda Bezerra foi a primeira a votar contra a Medida Cautelar. Ela fez um discurso social duro para justificar seu posicionamento.

“Esse levante só está acontecendo porque o aumento do IPTU atinge a classe mais agraciada, os ricos e os poderosos. Se fossem só os pobres os atingidos, não estaríamos aqui em sessão extraordinária”.

Os desembargadores Marcelo Carvalho e Paulo Velten também votaram pelo indeferimento.

Responsabilização criminal

O procurador Eduardo Nicolau Heluy, representando do Ministério Público, deu parecer favorável à inconstitucionalidade da Lei do IPTU logo no início da sessão.

Nele, Nicolau esclareceu que, independentemente da decisão da Justiça neste caso, o MP não exclui a possibilidade de acionar os agentes públicos responsáveis, caso fique comprovada a fraude apontada pelo promotor José Osmar Dias em representação encaminhada à Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão (PGJ).

“As fraudes serão apuradas pela promotoria e, se confirmadas, os agentes serão responsabilizados civil e criminalmente.

Ele explicou que o MP ainda não decidiu se denuncia, ou não a Prefeitura, porque a Procuradoria do Município não cumpriu o prazo para apresentar os documentos requeridos.

Segundo ele, a data limite para apresentação dos dados era quarta-feira (25), às 18h, mas a documentação só foi entregue hoje, “por volta das 15h20”.

“Não houve tempo hábil para análise de toda a documentação”, argumentou.

Justiça derruba IPTU de Castelo

11h15 – A Justiça proibiu, nesta quarta-feira (25), a cobrança de IPTU em São Luís nos termos aprovados pela Câmara Municipal.

A decisão é do juiz Carlos Henrique Rodrigues Veloso, titular da 2ª Vara de Fazenda Pública de São Luís, em Ação Cautelar com pedido de tutela antecipada promovida pelo deputado Roberto Costa (PMDB) e pela moradora do Parque Vitória Hilda Sá Cavalcanti, na última sexta-feira (20).

“Concedo a tutela antecipada, afastando a majoração do valor do IPTU de que trata a Lei Municipal 5.392/2010”, determina.

Em seu despacho, o juiz manda, ainda, a Prefeitura de São Luís emitir novo boleto de cobrança com o mesmo valor do ano passado para a contribuinte. O pagamento em parcelas deve ser mantido. A Justiça abriu prazo de 15 dias para a tomada das providências.

“Determinando que o réu emita novo DAM para o pagamento do referido tributo no mesmo valor e com os mesmo benefícios concedidos no ano de 2010 […]. Assino o prazo de quinze dias para a providência acima determinada, assentando que não poderá ser suprimido o parcelamento ou o desconto para a pontualidade”, completa.

Apesar de ser uma decisão tomada em caso isolado, ela abre precedentes para que a Justiça decida todos os demais casos no mesmo diapasão.

No Tribunal de Justiça, o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) proposta pela OAB-MA foi adiada para quinta-feira (25).

Post atualizado e ampliado às 12h54

Gardeninha articula adiamento da audiência do IPTU na AL

Gardênia: articulação para "salvar" IPTU

A deputada estadual Gardênia Castelo (PSDB), filha do prefeito João Castelo (PSDB), tem movido céus e terra com o objetivo de adiar por alguns dias a realização de uma audiência pública na Assembléia Legislativa sobre a fraude no IPTU.

O evento, realizado por requerimento do deputado Roberto Costa (PMDB), está marcado para a próxima sexta-feira (27), mas a deputada quer porque quer que ele seja remarcado para a próxima terça-feira (31).

Motivo: com o adiamento, a Prefeitura ganharia mais alguns dias para tentar explicar a situação e, mais importante para eles, garantiria que já teria passado a data de vencimento da primeira parcela do IPTU – ou da quota única, para quem vai pagar de uma só vez.

Assim, as discussões na audiência pública seriam travadas depois de muita gente já ter pagado a conta.

Movimentações

Segundo apurou o blog, é muito difícil que a filha do prefeito consiga êxito nessa empreitada. Mesmo assim, ela continua atuando basicamente em outras duas frentes para dificultar ao máximo a realização da audiência.

A primeira delas é tentar mudar a Comissão Técnica responsável pelo caso. A tarefa ficará a cargo da Comissão de Orçamento, comanda pelo deputado Alexandre Almeida (PT do B), mas Gardeninha ainda tenta dar a incumbência à Comissão de Assuntos Municipais, presidida pelo governista-tucano André Fucuca.

Por ser do mesmo partido que ela, Gardeninha acredita que pode conseguir pressionar Fufuquinha e garantir vida fácil à Prefeitura na Assembléia. Mas essa batalha está praticamente perdida e é mesmo Alexandre Almeida quem tomará frente da reunião.

Na segunda frente, Gardênia Castelo pressiona na própria Prefeitura. A intenção é evitar que os técnicos do Executivo Municipal compareçam à AL para prestar os esclarecimentos devidos sobre o imposto.

Mesmo lá, onde tem ascendência, a parlamentar tucana pode perder mais uma batalha. É que os próprios técnicos temem reação judicial caso descumpram a convocação.

A coisa tá ficando difícil, deputada.

Castelo agora chantageia classe empresarial

Quanto mais tenta explicar a fraude que resultou no aumento absurdo do IPTU de São Luís, mais o prefeito João Castelo (PSDB) se complica. No último domingo (22), a coluna Informe JP – espécie de porta-voz oficial do Executivo Municipal – mostra o nível de envolvimento do tucano com meios pouco ortodoxos de fazer pressão nos adversários.

Em determinada passagem do texto, uma espécie de editorial, a coluna deixa claro que a estratégia do prefeito, agora, é chantagear a classe empresarial – que denunciou a fraude nas atas das sessões da Comissão de Elaboração da Planta Genérica de Valores (PGV).

Veja o que diz o Informe JP:

“Os representantes das instituições empresariais têm toda razão ao espernear. Seria estranho se agissem de maneira diferente, afinal estão nessas entidades para defender os interesses dos associados. Interessa ao empresário pagar agora um pouco mais no IPTU, enquanto boa parte da população menos favorecida assiste a tudo sem entrar com um centavo no rateio do imposto? Talvez sim, se a prefeitura optar por abrir a CAIXA-PRETA COM O HISTÓRICO DE INADIMPLÊNCIAS E ABERRAÇÕES ADORMECIDAS AO LONGO DOS ANOS. A isenção no IPTU das famílias mais humildes não significa aumento no imposto dos mais ricos” [grifos meus].

Quer dizer então que existe caixa-preta? Quer dizer então que há aberrações? Se as há, que a Prefeitura denuncie a quem de direito e apure as responsabilidades. Ou corre o risco de ser taxada de cúmplice das mesmas aberrações que agora denuncia. Ou será acusada de acobertar irregularidades.

OAB protocola ação contra o IPTU; Benedito Belo é o relator

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Maranhão (OAB-MA), Mário Macieira, protocolou, na tarde desta segunda-feira (23), no Tribunal de Justiça, Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), com pedido de Medida Cautelar, contra a Lei do IPTU de São Luís (veja aqui a íntegra da ação).

O relator da matéria é o desembargador Benedito Belo.

A medida foi aprovada pelo Conselho Seccional da entidade, semana passada, após provocação por parte do deputado estadual Roberto Costa (PMDB).

Na ação, os conselheiros da OAB argumentam que houve “vícios no processo de elaboração” do projeto de lei enviado à Câmara Municipal e que resultou no aumento abusivo do imposto na capital.

De acordo com o Ministério Público, tanto a Planta Genérica de Valores (PGV), quanto os valores por metro quadrado na diferentes zonas de São Luís foram fraudados pela Prefeitura.

“Prefeitura de São Luís é um Robin Hood pela metade”, diz conselheiro da OAB

Ulisses Souza condenou IPTU

O conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Ulisses Sousa – o mesmo da Operação Navalha – fez um dos pronunciamentos mais elogiados durante a sessão do Conselho que acabou por aprovar, semana passada, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei do IPTU de São Luís.

O Ministério Público afirma que a Prefeitura fraudou a elaboração da Planta Genérica de Valores, que embasa os valores do imposto em toda a cidade.

Em seu discurso, Souza disse que e “a Prefeitura de São Luís é um Robin Hood pela metade”, porque tira dos ricos, mas não leva benefício algum aos pobres. Ele disse que a lei “viola não só a legislação, mas o bom senso”.

“A Prefeitura de São Luís é um Robin Hood pela metade, tira dos ricos e nada faz pelos pobres”, afirmou, depois de ter citado o destaque dado pela Imprensa nacional aos buracos e ao aumento do IPTU na capital.

Além da fraude apontada pelo MP, a principal crítica da população ao aumento do IPTU diz respeito à falta de benefícios por parte do Executivo Municipal.