COMO É QUE FAZ? População de Pinheiro não quer presídio na Baixada

(Foto: Blog do Vandoval Rodrigues)

(Foto: Blog do Vandoval Rodrigues)

Manifestantes interditaram hoje (28) o trecho da MA-106 entre as cidades de Pinheiro e Santa Helena em protesto contra a construção de um presídio na Baixada Maranhense.

Segundo projeto, uma unidade deve ser instalada na região, com capacidade para 168 presos. Segundo dados da Polícia Militar, a manifestação provocou engarrafamento de aproximadamente 20km nos dois sentidos da via. O trânsito só foi liberado por volta das 11h, após intervenção de policiais.

Os moradores da região garantem que os protestos continuarão até que o Governo do Estado se pronuncie sobre o local da obra. Se a construção for mantida perto das duas cidades, eles prometem cortar a rodovia.

Como em todo o estado, os moradores de Pinheiro e Santa Helena também temem pela construção de presídios perto de suas casas. Alie-se a isso o oportunismo de grupos políticos, que posam de defensores dos direitos desses cidadão, e está formado o palco perfeito para que ele faturem eleitoralmente.

E isso, em ano de eleição, é tudo o que políticos hipócritas querem.

Motim no CDP em Pedrinhas

pedrinhasDetentos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas iniciaram há pouco um motim na unidade. Eles queimaram um colchão e estavam batendo em grades.

O  Batalhão de Choque entrou na prisão e já controlou a  movimentação. Todos os presos estão numa quadra. Revista nas celas  encontrou facas e chips de celulares – as quantitdades ainda não foram informadas. A PM diz que a situação está sob controle.

Este foi o terceiro motim em Pedrinhas apenas em janeiro – mês que já contabiliza também quatro mortes no sistema penitenciário do estado.

Na semana passada, a Polícia Militar e a Força Nacional conseguiram debelar duas tentativas de rebelião na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ).

“PCdoB é o grande responsável por quantas Pedrinhas estejam ocorrendo Brasil afora”, diz advogado

Pedras, Pedrinhas, pedradas

*Pedro Leonel

Esta crônica pede licença para deixar de ser simples crônica: voa mais alto e pretende exibir fragmentos ou idéias para futuro ensaio, produto desta pena ou de outra, altissonante, dotada de melhor gênio. Em suma, a crônica não quer ser pedante; pede vênia, apenas, para não ser pedestre.

pedrinhasEvidente é que versaremos a tragédia de Pedrinhas com a dor, cores fortes e drama que galvanizaram a opinião pública daqui e de além fronteiras. E por Pedrinhas entenda-se, por óbvio, não apenas certa penitenciária, senão que todo sistema prisional do país.

Desde quando a crise atingiu aquilo que se supunha seu paroxismo ― com a crase sanguínea do degolamento de presos produto da luta interna das facções criminosas ― esperamos a poeira baixar para só então emitir estes conceitos. É o que a seguir tentaremos, cuidando para não ser contaminados pela emoção.

Pedrinhas, com todo seu hediondo festival de horrores e barbárie, não passa de mero episódio, emblemático que seja, de um problema de superlativa magnitude em muito superior à carnificina intramuros de uma penitenciária estadual.

Com efeito, alguém dotado de uma consciente objetividade das coisas, que lhe permita ampliar o horizonte de visão, já deve ter percebido que outra, bem mais grave e sangrenta, é a realidade que transcende a desgraçada e fatídica Pedrinhas. E essa realidade se chama o império das drogas, com o narcotráfico ensejando prisões em massa; e, nos presídios, prolongamento e fortalecimento do crime organizado dividido em facções rivais em contínua luta pela dominação dos mercados.

Diante disso, pesa-nos dizer, corrupção nos presídios, péssimos serviços de carceragem, masmorras medievais, mortes de presos por presos, ônibus queimados, imolação de inocentes, o inferno ministrado em doses diárias ― tudo isso não passa de reles subproduto de um mal maior.

Esse mal maior, fonte geradora dessa cataclismo social, dele ninguém cogita: sobre ele, todos, silenciam. E o fazem por cegueira, cumplicidade ou medo moral. Entre esses todos, sem receio pela generalização, se situam sem exceção honrosa aqueles que já tiveram oportunidade de deitar falação sobre o assunto. Todos são unânimes em reconhecer que Pedrinhas é grande usina da morte; mas não dizem que essa usina tem por combustível principal o fator drogas. O silêncio se torna bem mais acentuado e comprometedor quando deveriam apontar a responsabilidade, próxima ou remota, pelos fatos.

O que agora será dito não são meras alegações, pedras escolhidas a esmo com a só intenção de lapidar o nome alheio. São, ao contrário, verdades colhidas no noticiário de hoje e de ontem: talvez sirvam de pedradas para atingir o coração do monstro.

Já foi dito, vezes sem conta, desta coluna, que o Brasil é hoje um grande refém do narcotráfico internacional. Que é a FARC a principal mantenedora da exportação das drogas para o Brasil. Que a FARC é o braço armado do partido comunista na América Latina. Que todos os partidos comunistas, inclusive o tupiniquim PCdoB, estão reunidos programática e ideologicamente pelo Foro de São Paulo.

Ninguém é dono da verdade, mas todos têm o dever moral de aceitar a fidelidade aos fatos ― e deles retirar a conclusão lógica necessária. Nesse caso, não será hiperbólico dizer que o PCdoB, em larga medida, é o grande responsável por quantas Pedrinhas estejam ocorrendo Brasil afora.

*Advogado

Após transferências, morre mais um detento em Pedrinhas

Um detento amanheceu morto hoje (21), no Centro de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Ao que tudo indica, ele foi assassinado durante a madrugada.

A morte ocorreu exatamente um dia após o início das transferências de detentos para presídios federais de segurança máxima. Os nove primeiros viajaram ontem (20).

A Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) ainda não emitiu nota sobre o caso.

O que se sabe até agora é que o caso foi registrado na mesma unidade onde, na semana passada, foram contidos dois motins.

Começa a transferência de detentos para presídios federais

presoA Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informou hoje (20) que efetuou, no início da manhã, a transferência de detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, para presídios federais de segurança máxima, de acordo com vagas disponibilizadas pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça.

Como anunciado desde a reunião do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com a governadora Roseana Sarney (PMDB), por questões de prevenção e segurança não foram divulgados dados os nomes dos presos, que foram levados em aeronave da Força Nacional/Polícia Federal (PF).

“A Sejap esclarece que as famílias dos detentos transferidos foram informadas do procedimento”, diz nota oficial.

FACTOIDE! “The Economist” critica prisões brasileiras; O Globo e oposição dizem que foram as do MA

economistgloboUm erro de interpretação do texto em inglês ou má-fé (acreditaria mais na segunda opção). Desde e noite de ontem (16), o jornal O Globo e, claro, a turma da oposição no Maranhão comemoram o fato de que o site da revista inglesa “The Economist” teria se referido ao sistema penitenciário no estado como “infernal, superlotado, violento e brutal”.

A reportagem produzida pelo noticioso sulista, no entanto, não consegue apresentar uma única linha de texto em que a revista fale especificamente do caso maranhense.

Ou seja: criaram mais um factoide, apenas para não deixar o assunto “morrer”.

A tradução livre do título de do subtítulo da matéria internacional é:

BEM-VINDO À IDADE MÉDA

O infernal sistema penitenciário BRASILEIRO é superlotado, violento e brutal

O texto toma como ponto de partida a narrativa de um vídeo gravado em Pedrinhas, no qual os próprios presos filmaram membros de uma facção rival decapitados.

“The Economist” acrescenta que as imagens “acordaram” muitos brasileiros para a situação “infernal” em que se encontram as prisões do país. E apresenta números: pelo menos 218 internos foram assassinados em 2013, em 24 dos 27 estados; e outros tantos morreram em condições suspeitas; a população do Brasil cresceu 30% nos últimos 20 anos, enquanto a carcerária praticamente quintuplicou – hoje na casa dos 550 mil presos, embora o sistema tenha, oficialmente, vagas para apenas 300 mil.

O site da revista apresenta entrevistas com especialistas e representantes de órgãos ligados aos direitos humanos e debate o tema com amplitude nacional. Para, ao final, concluir: “Com muitos prisioneiros entrando, e nem tantos saindo, uma fossa apodrece no meio. No papel, as prisões do Brasil são um paradigma da modernidade. Na prática, diz Marcos Fuchs, do Instituto Pro Bono, um outro grupo de direitos humanos, eles são medievais”.

Mas O Globo e a oposição viram na reportagem uma aordagem sobre o Maranhão. Como? Não se sabe.

Um erro de interpretação do texto em inglês, quem sabe. Ou má-fé mesmo…

PS1: Para tirar qualquer dúvida, leia aqui o texto (em inglês) da “The Economist” e aqui a matéria produzida por O Globo, na qual produziu-se uma introdução fantasiosa apenas para fazer parecer que a reportagem original é sobre Pedrinhas.

PS2: A mídia sulista e seus adoradores maranhenses já fizeram coisa parecida há duas semanas. Provocado pela Folha de S. Paulo a falar sobre a crise carcerária no Maranhão, O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos mostrou, em comunicado oficial, preocupação com o “terrível estado das prisões no Brasil”. É claro que, nos textos produzidos por essa turma, eles deram a entender que a preocupação era apenas com o nosso estado.

Advogados lamentam arquivamento de pedido de impeachment

O tal Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (Cadhu), que deu entrada em pedido de impeachment contra a governadora Roseana Sarney (PMDB), lamentou hoje (16) “o precoce arquivamento”  pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB).

Em nota, eles contestaram o parecer da Procuradoria Geral da Casa, de que vícios formais impediam a apreciação do mérito.

“Lamentamos o precoce arquivamento do pedido de impeachment (realizado apenas 24 horas depois do protocolo da petição), que ao contrário do que foi decidido, cumpria com todas as formalidades legais. Seu devido processamento teria muito a acrescentar para reparar as violações já praticadas e também prevenir novas violações”, diz o comunicado.

Por telefone, o advogado Murilo  Morelli disse que o coletivo tentaria reunir-se ainda hoje para definir que medidas tomar. Eles devem recorrer.

O Bloco Parlamentar de Oposição, liderado pelo deputado Rubens Júnior (PCdoB), também deve tentar “desarquivar” a representação.

“Somos um Estado de povo trabalhador, que tem orgulho de sua terra”, diz Roseana em artigo

O Maranhão de verdade*

Os brasileiros conhecem a realidade do sistema carcerário nacional. Rebeliões e violência ocorrem, infelizmente, em vários presídios de diversos Estados.

São diversas as causas dos problemas do sistema prisional, alguns dos quais acabam por agredir de forma dramática a paz e a tranquilidade da família brasileira. Os Estados, sem exceção, sofrem com um modelo centralizador e burocrático.

roseanasarneyAlém disso, a vinculação de recursos orçamentários restringe a distribuição equilibrada da receita corrente líquida para atender as demandas setoriais. Em média, no país, o gasto com pessoal está em torno de 45% do orçamento; a educação fica com 25%; saúde, com 12%; o pagamento da dívida, com 13%.

Somados, esses percentuais alcançam 95% da receita estadual. Sobram apenas 5% para outras obrigações, como custeio da máquina, segurança pública, infraestrutura, programas sociais, agricultura etc.

Para piorar, temos o problema das drogas, que é a principal causa da violência: para financiar o tráfico e o consumo, mata-se e rouba-se.

O Maranhão nunca teve tradição de violência. Quando deixei o governo em 2002, éramos o Estado menos violento do país. A expansão do crime organizado pelo território nacional, apoiado na exploração do tráfico de drogas, criou conexões entre gangues e grupos criminosos, espalhando pelo país o padrão de violência que vemos hoje.

Os indicadores do Maranhão avançam, apesar de todas as dificuldades que menciono neste artigo. Hoje, somos o 16º PIB brasileiro; em 2011, último dado do IBGE, o PIB real cresceu 10,3%, enquanto o PIB do Brasil ficou em 2,7%; fomos o primeiro no Nordeste e o quinto no país; a renda per capta alcançou R$ 7.852,71.

Na educação, a média das escolas foi elevada de 478,75, em 2011, para 481,37 em 2012, segundo dados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012. Com o resultado, o Maranhão subiu três posições no ranking do Enem.

Estamos executando um dos maiores programas de saúde no Brasil, com a construção de dez unidades de pronto atendimento e 72 hospitais. Novas adutoras, redes de distribuição e estações de tratamento estão sendo implantadas para aumentar a cobertura da população em saneamento básico.

Na segurança pública, com recursos próprios, são R$ 131 milhões para construção de sete novos presídios, recuperação e reaparelhamento do sistema carcerário, compra de armamento, veículos, detectores de metal, esteiras de raio-x e estações de rádio. Até o dia 15 de fevereiro, 2.401 novos policiais aumentarão o nosso contingente. Até agora, 418 vagas foram criadas nos presídios maranhenses. Esse número será duplicado nos próximos seis meses.

Não aceito e não compactuo com a violência. O respeito aos direitos humanos e à integridade física dos cidadãos está acima de tudo. Nenhum órgão de defesa do cidadão apresentou denúncia de ameaça a familiares de presos.

O que se passou em Pedrinhas é ato de selvageria e barbárie. Determinei rigorosa apuração dos fatos e punição exemplar aos responsáveis. A morte da menina Ana Clara, de seis anos, ficará em nossas lembranças para sempre.

Somente com a união do Executivo, Legislativo, Judiciário, Defensoria Pública e Ministério Público será possível vencer essa dura batalha. Na última quinta-feira, recebi o ministro da Justiça e representantes dos três Poderes.

Já iniciamos um grande plano de ação com 11 itens que contemplam medidas como mutirão das defensorias, transferência de presos e núcleos de atendimento, além de capacitação do policial. São medidas que solucionarão o problema carcerário do Estado.

Somos um Estado de povo trabalhador, que tem orgulho de sua terra e de sua tradição. Com o nosso esforço e a ajuda de todos, vamos vencer essas dificuldades.

*ROSEANA SARNEY, 60, socióloga formada pela Universidade de Brasília (UnB), é governadora do Maranhão pelo PMDB

Assembleia arquiva pedido de impeachment contra Roseana

arnaldoO presidente da Assembeia Legislativa do Maranhão, deputado Arnaldo Melo (PMDB), decidiu arquivar, ontem (15), o pedido de impeachement protocolado por um tal Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (Cadhu) contra a governadora Roseana Sarney (PMDB).

O grupo, comandado por paulistas ligados à Folha de S. Paulo e ao Estadão, tentava a cassação da peemedebista por crime de responsabilidade no caso da crise carcerária maranhense.

Melo embasou sua decisão em parecer da Procuradoria Geral da Casa. Ele diz que o pedido é “inepto e não tem condições de ser conhecido”.

PM vai acabando com a moleza em Pedrinhas

(Foto: Reprodução/Uol)

(Foto: Reprodução/Uol)

Não há outra explicação para a reação de presidiários à presença da PM em uma unidade do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Por trás da greve de fome, dos pedidos para a saída dos militares, das denúncias de maus tratos está, na verdade, a insatisfação do crime organizado com a imposição de nova ordem no sistema prisional da capital.

Agora, quem manda é a polícia.

Na verdade, os presos reclamam é do fim de regalias, como TV de 80 polegadas, ar-condicionado e até fogão dentro das celas.

Com a presença da PM e o reforço na revista para a entrada no Complexo, os detentos pararam de viver como se ainda estivessem fora das celas.

E voltaram a ser presidiários.

E é isso que os incomoda e os faz gritar contra a presença militar.

Eé justamente por isso que o comando é para que permaneçam exatamente onde estão.