Castelo está “viajando”

João Castelo: "viajando"

O prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), “está viajando”.

Nos dois sentidos, caros leitores.

Literalmente, está em viagem. Só retorna semana que vem, para retomar os “trabalhos” à frente do Executivo Municipal.

Mas a principal “viagem” do tucano é figurada. Castelo está “viajando” porque parece ainda não se ter dado conta de que tem uma cidade inteira para administrar.

Está “viajando” porque não dá a mínima para a opinião pública. Basta ver o caso da fraude do IPTU.

Desde o início da semana aparecem cada vez mais denúncias sobre o caso e a Prefeitura, nada. Nem uma notinha.

Ao jornalista Jorge Aragão, a assessoria de Comunicação do prefeito disse que nota oficial só semana que vem.

“É que o prefeito está viajando”, explicam.

Eu concordo.

IPTU: a fragilidade dos argumentos da Prefeitura

A Prefeitura de São Luís já deixou bem definido que discurso vai utilizar para enfrentar o embate envolvendo a fraude apontada pelo Ministério Público no processo de criação da lei que majorou em até 8.500% o valor do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) da capital.

A desculpa para o aumento desmedido em alguns casos é a faixa isenção em que algumas áreas foram inseridas.

O argumento fica claro pelas próprias declarações da deputada Gardênia Castelo (PSDB), filha do prefeito João Castelo (PSDB) e espécie de porta-voz do Executivo Municipal.

“Na realidade, o que o prefeito João Castelo está fazendo não é fraude, é justiça fiscal”, disse ela, em meio ao debate sobre o assunto na Assembléia Legislativa, na última quinta-feira (6).

Mais frágil impossível.

Isso porque se, de um lado, explica a intenção político-elitoreira da ação, a declaração da deputada não consegue dirimir a principal dúvida que paira sobre a opinião pública no momento: por que fraudar documentos, então?

Se o motivo era tão nobre, por que forjar uma ata que nunca existiu?

Se a medida apenas beneficia a população, por que enganar FIEMA, FECOMÉRCIO, SINDUSCON e ACM?

Se tudo foi feito dentro da normalidade, por que modificar os valores apresentados na Aerocarta?

Perguntas sem resposta, que só confirmam o que já vem sendo dito: a Prefeitura fraudou de má-fé os documentos para garantir aumento do IPTU.

Fraude no IPTU: contribuinte denuncia aumento de quase 1.000%; Chico Viana acha normal

Um leitor encaminhou ao blog extratos do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) pago por ele em 2010 e o que deve ser pago em 2011. A diferença é absurda!

No mesmo endereço, para o qual foi cobrado R$ 1.071,06 de IPTU ano passado, o contribuinte terá que pagar, este ano, R$ 10.064,92. Aumento de aproximadamente 1.000% (veja reproduções).

Mesmo assim, o vereador Chico Viana acha tudo normal. Em comentário na página do blog no Facebook, ele diz que a Câmara vai aprovar a lei de “qualquer jeito”, caso o assunto retorne ao legislativo.

“Houve votação na Câmara, sim. No que o promotor se apega é que deveria ser aprovada por lei complementar e não por lei ordinária, tolice. Nós a aprovaremos de qualquer jeito por ser de justiça. Achei, correto, legal e, principalmente justo. Aprovarei novamente quantas vezes for nos termos que foi aprovada na primeira vez. É de minha prerrogativa e vontade”, disse.

Duro, vereador, vai ser convencer a classe média de que o prefeito João Castelo (PSDB) não quis fazer política eleitoral ao “carregar” no imposto nessa faixa da sociedade, para isentar 130 mil famílias de baixa renda.

É descarada caça ao voto. Da pior maneira possível.

Nota: às 14h20, o vereador Chico Viana, em comentário ao blog, diz o seguinte:

“Caro Gilberto:
Se os dados são estes, e não há porque duvidar de sua credibilidade,não é nada normal e correto.

Serei o primeiro a protestar e contestar um aumento absolutamente abusivo e injustificável, do caso divulgado. Não tenha a menor dúvida disso.

Estou imprimido o documento ampliado para pedir explicação aos responsáveis.

Valeu a colaboração, continue”

IPTU: entidades confirmam fraude

Em primeira mão, às 19h05

Em nota encaminhada ao blog há pouco, FECOMÉRCIO/MA, ACM, FIEMA e SINDUSCON-MA reafirmaram a denúncia do MP segundo a qual a Prefeitura de São Luís fraudou Planta Genérica de Valores para garantir o aumento do IPTU.

O lançamento da nota foi antecipado pelo blog do Marco D’Eça.

O caso foi revelado em primeira mão no blog na última quarta-feira.

Segundo as entidades signatárias da nota, eles tão somente participaram de uma reunião da comissão encarregada de elaborar a PGV e assinaram uma lista de presença.

“Apesar de terem participado de reunião na qual foi apresentada a PVG pela empresa Aerocarta, não aprovaram a referida Planta de Valores Genéricos da Prefeitura de São Luís, como também não aprovaram os percentuais de aumento aplicados sobre o valor venal dos imóveis da capital para efeito de cobrança do IPTU em 2011”, diz a nota.

Confira a íntegra do documento.

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NOTA DE ESCLARECIMENTO

A FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO, BENS, SERVIÇOS e TURISMO DO MARANHÃO(FECOMÉRCIO/MA), a ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO MARANHÃO(ACM), a FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO MARANHÃO(FIEMA) e o SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DO ESTADO DO MARANHÃO (SINDUSCON-MA), na condição de entidades da classe empresarial do Maranhão e em defesa dos interesses de seus associados e das categorias que congregam, e no intuito de dirimir qualquer dúvida, vêm informar a todos que, conforme declarações prestadas junto à 20ª Promotoria de Defesa da Ordem Tributária e Econômica da Comarca de São Luís, apesar de terem participado de reunião na qual foi apresentada a PVG pela empresa Aerocarta, não aprovaram a referida Planta de Valores Genéricos da Prefeitura de São Luís, como também não aprovaram os percentuais de aumento aplicados sobre o valor venal dos imóveis da capital para efeito de cobrança do IPTU em 2011.
São Luís, 05 de maio de 2011

FECOMÉRCIO – FED. COM. BENS, SERV. E TURISMO DO MARANHÃO

JOSÉ ARTEIRO DA SILVA – Presidente

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO MARANHÃO
HAROLDO CORREA CAVALCANTI FILHO – Presidente

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO MARANHÃO
EDILSON BALDEZ DAS NEVES – Presidente

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CONSTRUÇÃO CIVL DO ESTADO DO MARANHÃO
JOÃO ALBERTO TEIXEIRA MOTTA FILHO- Presidente

Por conta da fraude, deputados pregam que população não pague IPTU

Deputados pregaram desobediência civil

A fraude da Prefeitura de São Luís na Planta Genérica de Valores (PGV), que levou ao aumento de até 8.500% do Imposto Predial Teritorial Urbano (IPTU), foi destaque nos pronunciamentos dos deputados Roberto Costa (PMDB), Jota Pinto (PR), Eliziane Gama (PPS) e Raimundo Cutrim (DEM), nesta quinta-feira (5) na Assembléia Legislativa.

Todos defenderam, em algum momento, a desobediência civil. Eles argumentam que, diante das denúncias, a população não deve pagar IPTU em 2011 caso seja mantido o aumento.

O pronunciamento mais contundente foi do peemedebista Roberto Costa. Ele disse que fraude trata-se de “caso de polícia”.

“Isso é vergonhoso, é um caso de polícia. O prefeito João Castelo admite uma fraude para tirar dinheiro do povo de São Luís. Formaram uma verdadeira quadrilha na Prefeitura para tirar dinheiro da população”, disse.

Gardeninha critica o MP

Em aparte a um pronunciamento do deputado Raimundo Cutrim sobre o mesmo assunto, a deputada Gardênia Castelo (PSDB), filha do prefeito, desqualificou a denúncia e o próprio MP.

“Essa é uma notícia mentirosa, mas vindo de onde veio, só poderia ser mentirosa mesmo”, disse. Gardeninha lembrou que o MP não tem poderes para acionar o prefeito, apenas a Procuradoria Geral de Justiça.

E é exatamente o que está sendo feito.

Entenda o caso

A notícia da fraude foi dada em primeira mão pelo blog, na última quarta-feira (4). Nesta quinta (5), em matéria assinada pelo jornalista Wilson Lima, o jornal O Estado do Maranhão revelou ainda mais detalhes sobre o caso.

De acordo com o promotor José Osmar Alves, atualmente respondendo pela Promotoria de Justiça da Defesa da Ordem Tributária e Econômica, foram fraudadas as atas das duas reuniões da comissão formada para elaborar o PGV.

Além disso, garante o MP em representação encaminhada à Procuradoria Geral de Justiça, a Prefeitura modificou aleatoriamente os valores por metro quadrado das zonas fiscais da capital. A declaração de inconstitucionalidade da Lei do IPTU e do Código Tributário do Município já foi pedida.

Prefeitura fraudou aprovação de Planta Genérica para garantir aumento do IPTU, diz promotor

João Castelo é acusado de fraude

Afora os vícios formais que devem garantir a declaração da inconstitucionalidade da Lei Municipal nº 5.392/2010, que altera os valores do IPTU em São Luís, duas fraudes cometidas pela Prefeitura da capital e destacadas pelo promotor José Osmar Alves, atualmente respondendo pela Promotoria de Justiça da Defesa da Ordem Tributária e Econômica, dão bem o tom de como sucedeu o processo que acabou por elevar em até 8.000% o imposto em algumas áreas.

José Osmar encaminhou representação à Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) – obtida com exclusividade pelo blog (veja aqui) – solicitando a declaração de inconstitucionalidade da nova Lei do IPTU e do Código Tributário do Município.

Segundo declara o promotor, a Prefeitura fraudou as atas das reuniões da comissão responsável pela elaboração da nova Planta Genérica de Valores (PGV) e os valores do metro quadrado das Zonas Ficais.

No caso das atas, José Osmar diz que houve a inserção de uma decisão não tomada pel comissão. “Um fato sobressai pela gravidade: a inserção nas atas de uma decisão não tomada nas reuniões. As pessoas presentes nos dois encontros são unânimes: em momento algum houve aprovação da proposta da Prefeitura (declarações de fls.121/127); asseguram que a Planta sequer foi posta em votação, quanto mais que tenha sido aprovada por unanimidade”.

E conclui: “A própria Prefeitura confessa sua culpa pela falsidade das atas quando insere nas duas a aprovação unânime da Planta. Ora, se a Planta havia sido aprovada na reunião do dia 11/11, porque razão deveria ser submetida a uma segunda aprovação, no dia 24/11? E se no dia 11/11 a Planta já havia sido aprovada, para que realizar nova reunião?”.

Já a alteração dos valores do metro quadrado por zona fiscal se deu antes de a Prefeitura de São Luís enviar o projeto à Câmara. De acordo com o que apurou o promotor, os valores apresentados pela empresa responsável pelos levantamentos não batem com o que foi incluído na Lei.

“Antes de encaminhar o Projeto de Lei à Câmara o Poder Executivo alterou os valores apurados pela AEROCARTA para o metro quadrado das zonas fiscais”, diz.

As alterações foram as seguintes:
Zonas: 002, 008/012, 015, 017/022, 025, 043/044, 046/047, 050/059, 170, 175/178, 181/182, 184 e 906 (redução de 50%);

Zonas: 023/024, 028/031, 038/041, 049/049, 062, 078/079, 084/090, 098/117, 120/126, 128, 130/136, 138/140, 142, 144/147, 150, 155, 157, 161/162, 165/169, 171 e 196/197 (redução de 70%);

Zonas: 036, 064/074, 151, 179, 186, 200/203 e 205 (redução de 80%);

Zona: 026 (redução de 82%);

Zonas: 027, 034, 036, 060, 062/063, 082/083, 091/097, 119, 127, 129, 141, 143, 149, 152/154, 156, 159/160, 174, 180, 185, 187/190, 195, 199, 204 e 206/210 (redução de 95%);

Zona: 183 (redução de 96%);

Zonas: 001, 003/007, 013/014, 016, 033, 042, 045, 118 e 173 (mantidos os valores encontrados pela AEROCARTA);

Zona: 163 (aumento de 19%); e Zonas: 137 e 172 (aumento de 80%).

A representação agora está nas mãos da procuradora-geral Fátima Travassos. Será ela a responsável por acionar, ou não, o prefeito João Castelo.

Leia mais sobre o assunto:

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Prefeitos devem pressionar Ricardo Murad

Está marcada para esta quarta-feira (4) mais uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), convocada pelo secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, e pela presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS).

Em pauta, dentre outros assuntos, o remanejamento dos tetos financeiros de média e alta complexidade. Prefeitos temem que Ricardo Murad faça mudanças desfavoráveis aos municípios. O secretário garante que tudo será feito dentro da legalidade e de comum acordo com todos participantes da Comissão.

Apesar disso, deve haver embates acirrados. Na tarde da última terça-feira (3), vários prefeitos reuniram-se na sede da Federação dos Municípios do Maranhão (FAMEM) para alinhavar o discurso. O presidente Junior Marreca estava presente.

Também acompanharam a reunião na FAMEM os deputados Dr. Pádua (PP), Magno Bacelar (PV), Vianey Bringel (PMDB), Cleide Coutinho (PSB) e Valéria Macedo (PDT).

A reunião extraordinária da CIB acontece à 9h, no auditório Fernando Falcão, da Assembléia Legislativa.

Prefeito de São João dos Patos flagrado em strip-tease

A derrota nas eleições da FAMEM não devem ter feito bem ao prefeito de São João dos Patos, Zé Mário (PMDB).

Dois vídeos postados no YouTube mostram o alcaide afogando as mágoas em uma festa com amigos.

A bebedeira é tanta que Zé Mário chega a fazer strip-tease. O prefeito rebola, abaixa as calças e deixa à mostra uma sunga vermelha. A cena é tão ridícula que, no primeiro registro, uma senhora levanta da mesa para não ver o restante da brincadeira.

Pode?

O caso remonta à farra organizada pelo ex-prefeito de Turiaçu, Umbelino Ribeiro, em 2008.

Confira o strip-tease de Zé Mário em dois momentos.

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CETRAN propõe sindicância para apurar portaria da SMTT

O Conselho Estadual de Trânsito do Maranhão (CETRAN-MA) deve solicitar da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) a abertura de sindicância para apurar todos os fatos envolvendo a assinatura de portaria que proibia o órgão de multar carros da Prefeitura de São Luís.

A informação é do conselheiro Francisco Soares, em comentário no blog.

Segundo ele, é importante que o próprio CETRAN faça parte da comissão de apuração.

“Acho que o CETRAN-MA deveria instar a SMTT a abrir uma comissão de sindicância para apurar a autoria desse crime contra o CTB [Código de Trânsito Brasileiro], bem como participar da referida comissão”, disse.

A portaria foi assinada pelo superintendente de Trânsito da capital, Renaldo Filho, conhecido como Coronel Filho. Ele foi demitido e a portaria já foi revogada.

Apesar disso, o caso não foi de todo esclarecido, uma vez que há informações de que a ordem para que a portaria fosse baixada tenha partido do secretário-ajunto de Trânsito e Transportes, José Artur Cabral.

Ordem proibindo multas em carros da Prefeitura foi verbal

Foi meramente verbal a ordem determinando que os agentes de Trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) não mais multassem carros da Prefeitura de São Luís.

A determinação partiu do secretário-adjunto de Trânsito e Transportes, José Artur Cabral. Foi ele quem comunicou a proibição ao coronel Renaldo Filho, superintendente de Trânsito.

Renaldo decidiu redigir e assinar a portaria que culminou com sua própria demissão.

José Artur nega tudo, porque Renaldo não tem como provar o teor da conversa que os dois tiveram.